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PLANTÃO MÉDICO
Acidente grave resulta em alto custo
JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA
Avaliar o custo produzido pelos
acidentes com automóveis ou por
armas de fogo, tanto para o Estado, no atendimento aos acidentados, quanto para os familiares,
quando ocorre a morte ou permanecem graves seqüelas, é uma tarefa difícil, mas não impossível.
Em Maryland (EUA), os acidentes com ou sem mortes, quando
comparados com doenças graves
como câncer e as do coração, tiveram maiores custos para a sociedade, segundo a médica brasileira
Cynthia Gazal Carvalho, que está
fazendo um curso de pós-doutorado no Centro de Pesquisas de
Acidentes e Política de Saúde na
Faculdade de Saúde Pública Johns
Hopkins Bloomberg.
Cynthia é co-autora do trabalho
"The Burden of Violence and Injuries in Maryland", publicado no
último número da revista "Maryland Medicine" por N. Borse e colaboradores (C. Gazal Carvalho,
A. Murthy, J. Onishi, V. Pham, M.
Wen e T. Baker).
O estudo avalia o custo dos acidentes pela perda de produtividade e a mortalidade prematura dos
acidentados em US$ 1,9 bilhão. E
o custo para tratar sobreviventes é
estimado em US$ 3 bilhões.
A pesquisa detectou também
que quase metade dos anos produtivos de vida perdidos por pacientes no ano de 2003 ocorreu
por doenças decorrentes de acidentes com armas de fogo ou veículos automotores.
Na conclusão, os pesquisadores
destacam a necessidade de implementar o controle sobre o excesso
de velocidade dos veículos por
monitoramento eletrônico, assim
como de leis relacionadas aos
porte de armas e seu comércio.
No Brasil, há estudos sobre a relação do consumo de bebidas alcoólicas com acidentes e/ou mortes. Em trabalho publicado na
""Revista de Saúde Pública", da
Faculdade de Saúde Pública da
USP, Cynthia Gazal Carvalho e
colaboradores (Beatriz Carlini
Cotrim, Ovandir Alves Silva e
Naim Sauaia) observaram que
28,9% dos 464 pacientes atendidos no pronto-socorro do Hospital das Clínicas apresentavam o
álcool como causa diretamente
relacionada à ocorrência.
O estudo observou também
uma associação entre a prevalência da alcoolemia positiva e a gravidade do caso atendido pelo serviço médico.
Especialistas consideram de
baixo risco para problemas não
mais do que 20 gramas de álcool
em um único dia, o que é o equivalente a duas latas de cerveja.
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