São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998

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Quadrilhas têm 4 integrantes

da Reportagem Local

A maioria dos sequestradores são criminosos que já cometeram outros crimes contra o patrimônio, em geral roubos. São jovens, com menos de 30 anos, e se reúnem em grupos de quatro ou cinco pessoas, em média.
O perfil foi desenhado pelo delegado Maurício Soares Guimarães, titular da Deas (Delegacia Especializada Anti-Sequestro). O delegado afirma que, em São Paulo, nos últimos oito anos, a Polícia Civil resolveu 85% dos casos de "extorsão mediante sequestro", nome do crime popularmente conhecido como sequestro.
Esse perfil tem mudado, segundo o delegado. "Os métodos de sequestro estão muito banalizados, qualquer ladrão conhece, porque os sequestradores que são presos contam para os outros. Hoje, no Estado de São Paulo, há 120 pessoas presas por sequestro."
O valor do resgate pago, R$ 117 mil, muito reduzido em relação ao pedido inicial, de R$ 1 milhão, foi considerado normal pelo delegado. "A maioria dos sequestros acaba com valores muito, mas muito abaixo do que é pedido."
Na opinião do delegado, a recompensa baixa tem desestimulado os criminosos. "É muito desvantajoso, para o criminoso, porque é um crime considerado hediondo, o que aumenta muito as penas (8 a 15 anos, que podem chegar a 30 anos, se o sequestrado for morto)."
"Essa é a razão de não termos quadrilhas especializadas em sequestros em São Paulo." (RV)



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