São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

OITO ANOS DEPOIS
Empresário foi levado em 1990 e, hoje, evita lembrar do assunto
Medina se dedicou a trabalho para tentar esquecer trauma

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

Para o empresário Roberto Medina, dono da agência de publicidade Artplan, passar por um sequestro "é uma experiência muito individual".
"Depois que passei por isso, várias vezes tentei ajudar outras pessoas que estavam na mesma situação. Percebi que, por mais que se queira ser solidário, não há muito o que fazer. Cada pessoa reage de uma maneira diferente. Algumas ficam traumatizadas e jamais se recuperam. Outras conseguem superar mais facilmente."
Medina ficou sequestrado, no Rio, durante 16 dias. Foi libertado no dia 21 de junho de 1990, depois de a família pagar um resgate de US$ 2,5 milhões.
Medina conta que conseguiu superar o trauma sofrido com o sequestro graças ao apoio que recebeu da família, de amigos e da solidariedade de pessoas que, mesmo sem conhecê-lo, o paravam na rua para oferecer apoio.
Trabalho, muito trabalho, disse Medina, foi outra forma que encontrou para "tentar esquecer" o que lhe tinha acontecido.
"Logo depois do sequestro, comecei a produzir o Rock in Rio 2. Isso foi muito importante para mim, foi uma forma de me desligar um pouco do assunto."
Mesmo assim, oito anos depois, o empresário evita se lembrar do sequestro e prefere não falar do assunto.
"Não dá muito para traduzir em palavras o que significa passar por essa experiência. Não dá para explicar o sofrimento pelo qual passam a família e a pessoa que está numa situação assim", disse Medina.


Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.