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Testemunha de violência da PM de SP terá proteção para depor
da Reportagem Local
O músico Silvio Calixto Lemos,
testemunha dos crimes cometidos
por PMs na favela Naval, em Diadema (Grande SP), em março de
97, terá proteção policial para depor no julgamento do PM Otavio
Lourenço Gambra, o Rambo, acusado de dar o tiro que matou o
conferente Mário José Josino.
O pedido foi feito pelo ex-promotor de Diadema, José Carlos
Guillem Blat, responsável pela
acusação. Hoje no Gaeco (Grupo
de Atuação Especial de Repressão
ao Crime Organizado), do Ministério Público de São Paulo, o promotor foi até a casa do músico que
afirmou ter sido ameaçado.
Segundo Blat, Lemos relatou
que foi ameaçado anteontem em
São Bernardo, onde mora, por
dois homens que estavam no interior de um Verona branco, cujas
placas não foram anotadas.
Segundo Lemos relatou, este
mesmo carro foi visto por ele rondando sua casa anteontem. Depois, quando o músico caminhava
por uma avenida movimentada
próxima, aconteceu a ameaça.
"Eles disseram para ele: "Veja
lá o que você vai dizer na terça-feira" (quando está previsto o julgamento de Gambra)", disse Blat.
Após reunião com o advogado
de Lemos, Antônio Carlos Cristiano, e com o próprio músico, Blat
acertou as condições para a proteção policial à testemunha, que teria afirmado estar com medo de ir
depor e ameaçava desistir de dar o
testemunho. Segundo o promotor, Lemos pediu proteção também para depois do julgamento.
Nas imagens gravadas na favela,
Lemos aparece sendo espancado a
golpes de cassetete por PMs.
Depois é arrastado para trás de
uma parede pelo PM Nélson Soares da Silva Júnior, que atirou em
sua direção.
O músico seria, segundo Blat, a
principal testemunha de acusação.
"Se ele não for não tem julgamento", disse.
(MO)
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