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SAÚDE
Verbas que eram repassadas para a prefeitura agora passarão pela secretaria estadual; é a primeira intervenção do tipo
Ministério intervém no SUS de Guarulhos
da Sucursal de Brasília
O ministro da Saúde, José Serra,
determinou ontem intervenção no
sistema de gestão plena executado
pelo município de Guarulhos (o
segundo maior de São Paulo). Segundo ele, a decisão foi tomada
após auditores concluírem que
houve uma série de irregularidades envolvendo dinheiro enviado
pelo ministério para o município.
A partir de agora, os cerca de R$
4 milhões enviados mensalmente
para a Prefeitura de Guarulhos serão administrados pela Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo.
Essa é a primeira vez que o ministério decide intervir por tempo
indeterminado em um dos 441
municípios onde há gestão plena
Äou seja, onde a prefeitura administra integralmente o dinheiro
destinado à saúde.
Irregularidades
Serra citou quatro irregularidades constatadas pela auditoria do
ministério. Enfatizou a descoberta
de que o dinheiro destinado ao
PAB (Piso de Atenção Básica)
Äque deve ser aplicado em consultas, em vacinação e em convênios especiaisÄ foi utilizado no
pagamento de gratificações de
funcionários lotados no gabinete
do prefeito afastado, Néfi Tales
(PDT).
"O prefeito pode perfeitamente
(ser punido) se o Ministério Público e os promotores assim entenderem. Que teve desvio, teve", disse
Serra.
Eleições
O ministro negou que tenha decidido anunciar a intervenção em
Guarulhos na véspera das eleições
com fins políticos ÄTales é aliado
de Francisco Rossi (PDT), que está
empatado tecnicamente com o tucano Mário Covas na disputa pelo
governo de São Paulo, segundo
pesquisa do Datafolha.
"Essa não pode ser vista como
uma atitude política", reagiu Serra
ao questionamento.
Segundo o ministro, a auditoria,
que começou há três meses, descobriu também que, em Guarulhos, os responsáveis pela gestão
do dinheiro destinado à saúde não
fizeram integração entre os hospitais e postos de saúde, o que provocou "sobrecarga e subaproveitamento".
Outro problema apontado por
Serra foi a falta de capacidade técnica e administrativa dos integrantes do conselho de gestão de
saúde de Guarulhos. Segundo ele,
houve um "descontrole" na
coordenação das atividades.
"Onde não funcionar bem, nós
temos a obrigação de intervir",
afirmou Serra sobre os municípios
que recebem as verbas diretamente. Em seguida, disse que "no geral", a gestão plena "funciona
bem" em todo o país.
Ele citou como exemplos de
bom funcionamento da gestão
plena dos recursos da saúde os
municípios de Recife e Teresina.
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