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EDUCAÇÃO
Senai-SP flexibiliza cursos
para acompanhar mercado
FERNANDO ROSSETTI
da Reportagem Local
O Senai-SP (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial de São
Paulo) está em plena reformulação de seus cursos, para se adaptar
às rápidas mudanças que vêm -e
deverão continuar- ocorrendo
no mundo do trabalho.
Tido como modelo de ensino
técnico para toda a América Latina desde a década de 40 (leia texto
abaixo), o Senai agora procura incorporar alguns dos conceitos-chave que norteiam esse tipo
de trabalho nos países ditos desenvolvidos: flexibilidade dos cursos,
adequação às necessidades dos
alunos, mais proximidade com o
mercado de trabalho.
"A gente tem problemas que se
originam da nossa própria virtude", diz o diretor Regional do Senai-SP, Fabio Luiz Marinho Aidar.
A "virtude", no caso, é oferecer
um conjunto de cursos técnicos já
bem estruturados e sólidos. O problema é que com as mudanças no
mundo do trabalho, esses cursos
começam a ficar "pesados" e, por
vezes, defasados.
"A reformulação envolve uma
flexibilização dos cursos, mas
também temos que tomar cuidado, porque muita flexibilidade pode levar à dispersão, à superficialidade". diz Aidar.
O melhor exemplo das mudanças que estão ocorrendo no Senai-SP é o Centro Nacional de Tecnologia em Automobilística, no
Ipiranga (zona sul de São Paulo).
Era uma escola conhecida por
formar torneiros mecânicos
-técnicos que dominam a arte de
fazer peças para máquinas.
"Houve uma diminuição muito
grande dos postos de trabalho nessa área", diz o diretor de Educação do Senai-SP Milton Gava.
"Hoje na indústria automobilística temos máquinas informatizadas, que dispensam esse tipo de
profissional."
O resultado é que o centro tem
hoje uma pequena área para a formação de torneiros mecânicos e
uma série de novas atividades.
A que mais chama a atenção é
um conjunto de seis parcerias com
indústrias automobilísticas instaladas no país ou não.
Seis meses antes de lançarem um
novo veículo na praça, essas indústrias enviam um exemplar à
escola, que se encarrega de treinar
mecânicos independentes ou da
rede autorizada de concessionárias para lidar com esse modelo.
O próprio currículo foi reformulado. Incorporou outra idéia hoje
muito em voga na área curricular,
que são os módulos. A grade curricular é formada por uma série de
habilidades e conhecimentos que
o aluno deve ter. Alguns são
pré-requisitos para outros. Mas
cada um constitui um módulo.
Por exemplo, um aluno pode
dominar a área de injeção eletrônica, mas precisa de mais conhecimento em informática.
Com essa "flexibilização", o
aluno "monta" seu curso incorporando apenas os módulos de
conhecimentos e habilidades que
precisa aprender.
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