São Paulo, segunda, 2 de novembro de 1998

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"Na hora, fiquei desesperada"

da Sucursal do Rio

Três dias alternados de febre fraca foram o único sinal para que a médica Erika Ferraz de Gouvêa, 24, residente de infectologia do HUCFF (Hospital Universitário Clementino Fraga Filho), desconfiasse de algo errado.
Uma alteração na ausculta levantou a primeira suspeita de tuberculose, confirmada pelo exame do escarro. "Na hora, fiquei desesperada. A gente acha que tuberculose só acontece com os outros, mas aconteceu comigo."
Ela começou a medicação e passou um mês em casa durante o período em que poderia contaminar outras pessoas. "Passei um mês sem beijar meu namorado", diz.
Curada, Erika voltou ao trabalho e enfrentou a desconfiança de alguns pacientes que souberam de sua doença.
Para se proteger, entra de máscara no ambulatório e na emergência. Quando chega um paciente tossindo, coloca uma máscara nele também.
Defesa para Erika, a máscara é polêmica no trabalho da técnica em enfermagem Zoelete Brito Nunes, 46. Ela se contaminou nas visitas a pacientes do programa de controle da tuberculose.
"Muitas vezes, a pessoa nem sabe que tem tuberculose. Se tem a doença, não quer que os vizinhos saibam. Usar máscara seria proteção para mim e para o paciente. Estamos discutindo como fazer isso, mas ainda é um choque. Não uso e acabei me infectando", diz Zoelete, que trabalha há 20 anos no hospital universitário. (FE)



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