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"Na hora, fiquei desesperada"
da Sucursal do Rio
Três dias alternados de febre fraca foram o único sinal para que a
médica Erika Ferraz de Gouvêa,
24, residente de infectologia do
HUCFF (Hospital Universitário
Clementino Fraga Filho), desconfiasse de algo errado.
Uma alteração na ausculta levantou a primeira suspeita de tuberculose, confirmada pelo exame
do escarro. "Na hora, fiquei desesperada. A gente acha que tuberculose só acontece com os outros,
mas aconteceu comigo."
Ela começou a medicação e passou um mês em casa durante o período em que poderia contaminar
outras pessoas. "Passei um mês
sem beijar meu namorado", diz.
Curada, Erika voltou ao trabalho
e enfrentou a desconfiança de alguns pacientes que souberam de
sua doença.
Para se proteger, entra de máscara no ambulatório e na emergência. Quando chega um paciente tossindo, coloca uma máscara
nele também.
Defesa para Erika, a máscara é
polêmica no trabalho da técnica
em enfermagem Zoelete Brito Nunes, 46. Ela se contaminou nas visitas a pacientes do programa de
controle da tuberculose.
"Muitas vezes, a pessoa nem sabe que tem tuberculose. Se tem a
doença, não quer que os vizinhos
saibam. Usar máscara seria proteção para mim e para o paciente.
Estamos discutindo como fazer isso, mas ainda é um choque. Não
uso e acabei me infectando", diz
Zoelete, que trabalha há 20 anos
no hospital universitário.
(FE)
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