São Paulo, domingo, 02 de dezembro de 2001

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SAÚDE

Número diminui nas férias

Campanha incentiva doações de sangue

DA REPORTAGEM LOCAL

Os hemocentros do país estão em campanha para incentivar as doações de sangue, que chegam a cair até 50% em meses como dezembro e janeiro, em razão do período de férias. Em São Paulo, a Fundação Pró-Sangue promove amanhã um show do cantor Jair Rodrigues com os filhos Luciana Melo e Jairzinho, em homenagem aos doadores voluntários.
O Comitê Internacional para o Ano do Voluntário e a Associação Brasileira Voluntários do Sangue premiou, neste mês, os maiores doadores de cada Estado. Eles receberam medalhas de reconhecimento e passaram a integrar o projeto Sangue Bom, que tem como objetivo agregar novos doadores através de campanhas.
Atualmente, o maior doador do país, segundo a Associação Brasileira Voluntários do Sangue, é o pernambucano José Nelson Tavares Souza, 52, com cem doações.
Um homem com 70 kg tem 4,9 litros de sangue em todo corpo. Isso significa que Souza já doou praticamente dez vezes todo o sangue de seu corpo em 22 anos.
"Eu comecei a doar porque um amigo me pediu para ajudar um parente. Como sou doador universal [O+", resolvi continuar ajudando outras pessoas. Acima de tudo, esse é um gesto de amor."
Em São Paulo, o "campeão" é Benedito Gonçalves, 50, com 81 doações, entre sangue e plaquetas (células sanguíneas envolvidas na coagulação), num período de sete anos -o que equivale a praticamente uma doação por mês.
Gonçalves, tipo O+, começou a doar sangue quando umas das filhas teve anemia e precisava de transfusão, há 21 anos. De lá pra cá, ele faz doações, "religiosamente". "Já devo ter doado muito mais, mas só comecei a contar há pouco tempo. Me sinto feliz porque tem muita gente precisando."
A cada dois meses, Gonçalves, que trabalha como jardineiro e recebe R$ 200 mensais, vai de ônibus até o hospital Regional de São José do Rio Preto.
Segundo Marcelo Cliquet, responsável pela divisão de medicina transfusional da Fundação Pró-Sangue, a falta de informação e algumas "crendices" fazem as pessoas deixarem de doar. "Não há risco, já que todo material usado é descartável." A Fundação Pró-Sangue, o maior hemocentro da América Latina, coleta, em média, 700 doações diárias, mas tem capacidade para 850. (PC)



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