São Paulo, terça-feira, 02 de dezembro de 2008

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Ocupação de SP por km2 é metade da de NY

Dados do Urban Age mostram que moradores aproveitam pouco a infra-estrutura de áreas centrais e se espalham por regiões periféricas

Na capital paulista, aqueles que usam transporte coletivo são 37%, bem menos que os 57,2% da população de Bogotá

DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo tem uma densidade populacional menor do que outras metrópoles -o índice, de 29 habitantes por km2, representa quase metade do de Nova York (53 habitante/km2) ou do de Bogotá (60 habitante/km2). Os dados, compilados e divulgados pelo Urban Age, mostram ainda que a cidade aproveita pouco a infra-estrutura das áreas centrais, espalhando-se horizontalmente, com a maioria dos paulistanos morando em casas e nas regiões periféricas.
A mobilidade é outra questão abordada. Em São Paulo, os que usam transporte coletivo são 37%, bem menos que os 57,2% da população de Bogotá.
A percepção dos paulistanos é de que o metrô é um transporte caro, mas, curiosamente, o preço do bilhete está dentro da média mundial, de acordo com os dados do Urban Age.
O bilhete paulistano é mais barato que o de Nova York, Berlim ou Londres -esta última apresenta a mais elevada tarifa de todas as cidades pesquisadas, US$ 7.
O metrô paulistano, no entanto, é bem mais caro do que o de outras cidades da América Latina, como Buenos Aires (US$ 0,3) ou Cidade do México (US$ 0,2).

Trabalho
A vocação das cidades, que gradualmente deixou de ser industrial para se voltar ao comércio e aos serviços, é outro componente do perfil urbano. Na capital paulista, 85% dos habitantes estão empregados no setor terciário, trabalhando no comércio (61,3%), no transporte, na comunicação ou na estocagem (4,5%) ou na oferta de serviços (19,5%). A construção é posto de emprego de 2,5%; a manufatura, de 11,8%. Só 0,3% sobrevivem da agricultura.
Em Londres, comparativamente, o comércio emprega menos, 27,4%, e os serviços, mais, 50,9%. Já em Mumbai são 41,9% sobrevivendo da venda de mercadorias e 28,7% tirando sustento dos serviços.
Quando questionados sobre o principal problema do local onde vivem, os paulistanos elegeram o serviço de saúde, quase empatado com crime, que aparece em segundo lugar. Em terceiro, vem o transporte, que é o que líderes e especialistas consideram o principal problema da cidade, revelando o contraste entre a opinião de governantes e estudiosos e a percepção dos cidadãos. Habitação é o segundo principal problema para os especialistas, enquanto crime e planejamento urbano aparecem empatados em terceiro. (MARIANA BARROS)


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