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Adiamento cria situação nova, diz ministro
da Sucursal de Brasília
O ministro da Justiça, Renan Calheiros, disse ontem que o governo
fez a sua parte ao reclamar contra
o pedido de vistas apresentado por
um juiz de São Paulo em relação à
revisão das penas dos sequestradores de Diniz.
O pedido retardará o julgamento
da revisão das penas dos oito sequestradores que estão em greve
de fome. Calheiros afirmou que o
adiamento cria "uma situação nova", porque o governo ainda não
discutiu a possibilidade de expulsão dos sete estrangeiros.
"A revisão das penas era a saída", disse o ministro, que pediu o
empenho do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo para
acelerar o julgamento do processo.
"Eles poderiam até ter o alvará de
soltura", completou Calheiros.
O ministro disse que o governo
"fez o que tinha de ser feito", ao
cumprir acordo firmado com o
Canadá, com a transferência dos
dois sequestradores canadenses.
"Expulsar é o que eles querem,
mas isso significa não cumprir pena e define um confronto com o
próprio Poder Judiciário. Então
nós estamos vendo o que é possível
fazer", disse ele.
Diplomacia
No próximo dia 8, o presidente
do Chile, Eduardo Frei, vem ao
Brasil em visita oficial. No Chile,
deputados da base governista
pressionam o governo para que o
tente conseguir alguma resposta
concreta do presidente Fernando
Henrique em relação ao caso, ou
mesmo cancele a visita.
Nesta semana, o deputado chileno Jaime Naranjo, do Partido Socialista, e familiares dos sequestradores pediram à chancelaria o envio de um embaixador especialmente para tratar do caso dos sequestradores com o governo brasileiro, mas não tiveram resposta.
A questão só pode ser decidida
pelo chanceler José Miguel Insulza, que está na Espanha para cuidar do caso do ex-ditador chileno
Augusto Pinochet.
"Queremos que nossos familiares sejam tratados pelo governo
chileno da mesma forma que Pinochet. Afinal, não existem direitos humanos de primeira e de segunda classe. Não queremos que
nossos parentes morram", disse à
Folha, por telefone, Margarita
Marchi, irmã de Maria Emília.
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