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TRANSPORTE
Remuneração das empresas de ônibus poderá ser até 72,4% superior à dos autônomos em uma mesma região
Licitação reduz número de perueiros em SP
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O edital de licitação do sistema
de transporte em São Paulo, lançado ontem pela prefeitura, prevê
um corte na quantidade atual de
perueiros e uma remuneração das
empresas de ônibus até 72,4% superior à dos autônomos em uma
mesma região da capital paulista.
A concorrência vai selecionar
4.984 autônomos, que atuarão
com microônibus nas linhas locais, restritas aos bairros. Hoje, há
5.678 perueiros autorizados. O
corte poderá passar de 1.500 porque os motoristas de ônibus do
sistema bairro-a-bairro vão disputar as mesmas vagas.
A lei aprovada na Câmara em
2001 que serviu de base para a licitação prevê a existência de 6.000
autônomos, no máximo, e 4.984,
no mínimo. O secretário dos
Transportes, Jilmar Tatto, disse
que a decisão de não liberar mais
foi tomada por motivos técnicos.
"Muitos dos que atuam hoje ultrapassaram os limites de multas.
E alguns poderão ficar no Vai-e-Volta", afirmou Tatto, em referência ao programa de transporte
escolar oferecido pela prefeitura.
O edital de licitação dividiu São
Paulo em oito regiões, onde os
serviços terão remunerações diferentes. Na área 1, concentrada na
zona norte, os perueiros receberão R$ 0,5899 por passageiro
transportado. As viações de ônibus, que atuarão nas linhas estruturais, com trajetos mais longos,
poderão receber nessa região até
R$ 1,0170 por passageiro.
Nas linhas locais, a maior remuneração será na área 4, na zona
leste -R$ 0,8301 por passageiro.
Nas linhas estruturais, ela poderá
atingir R$ 1,1465 por usuário na
área 7, na zona sul.
A menor remuneração dos perueiros, segundo a prefeitura, é
justificada porque eles farão os
trajetos mais curtos e terão menos
custos. Eles precisarão se reunir
em cooperativas. Os envelopes
com as propostas devem ser entregues no mês que vem. Hoje,
viações de ônibus e motoristas de
lotação recebem pagamentos
iguais do poder público.
Os valores de remuneração serão inferiores à atual tarifa, de R$
1,40, e à que entrará em vigor no
próximo dia 12, de R$ 1,70, porque os operadores também serão
pagos pelas gratuidades (idosos e
estudantes, por exemplo) e baldeações no sistema de transporte,
diferentemente do sistema atual.
O edital de concorrência prevê a
correção anual da remuneração
dos operadores a partir de uma
fórmula que considera a variação
salarial média dos trabalhadores
em São Paulo, medida pelo IBGE
(esse item terá peso de 50%), a inflação do IPC (Índice de Preços ao
Consumidor) da Fipe e os aumentos de diesel e peças.
Os preços das tarifas aos usuários serão diferenciados no novo
sistema, que a prefeitura quer implantar até julho deste ano. As linhas locais devem custar em torno de R$ 1,30. As estruturais, R$
1,70. Haverá ainda uma tarifa
temporal, variando de R$ 2,70 a
R$ 2,80, que permitirá deslocamentos livres por duas horas.
Para aumentar a confiabilidade
do transporte, as regras do novo
sistema estabelecem um limite de
20 minutos de intervalo de passagem nos pontos para os veículos
das linhas locais e de 15 minutos
para os das estruturais.
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