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Ensino médio só terá livro com nova grafia em 2012
Na rede pública, primeiros livros adaptados chegam em 2010, para alunos do 1º ao 5º ano
No Estado de São Paulo, professores fazem cursos para se adaptar às novas regras; período de transição termina no fim de 2012
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa já tenha entrado em vigor no dia 1º,
as escolas públicas do país só
começarão a receber dicionários e livros adaptados às novas
regras entre 2010 e 2012.
A demora decorre do cronograma de compra de material
didático pelo Ministério da
Educação e da data prevista para a finalização do novo Volp
("Vocabulário Ortográfico da
Língua Portuguesa"), pela ABL
(Academia Brasileira de Letras) -entre fevereiro e março.
No Programa Nacional do Livro Didático, o edital para a
aquisição das obras é lançado
de dois a três anos antes da distribuição. Foi o caso dos 103
milhões de exemplares que
chegarão às mãos dos alunos do
ensino médio da rede pública
em 2009. Como o processo de
compra deles acabou em 2007,
quando o Acordo ainda não havia sido regulamentado, o MEC
disse às editoras que a adaptação seria apenas voluntária.
Com isso, esses estudantes só
receberão livros adaptados em
2012 (veja quadro nesta pág.).
A maioria dos fornecedores
que entregam o material didático neste ano preferiu não fazer modificações, segundo Rafael Torino, diretor de ações
educacionais do FNDE (Fundo
Nacional de Desenvolvimento
da Educação). Uma exceção são
as obras de biologia da Nova
Geração. "Vai ser uma minoria,
porque a maioria das editoras
está usando seus recursos editorais para os livros do futuro."
Para os dicionários, a previsão de Torino é que o edital seja
lançado em março, quando o
Volp já estiver pronto. Serão
distribuídos um milhão de kits
com oito a dez exemplares. O
custo é estimado em R$ 100 milhões, mas, de acordo com Torino, não se trata de um gasto
adicional -o governo já teria de
comprar novos dicionários.
Os folhetos destinados aos
professores também são esperados só para o ano letivo de
2010, já que também só serão
elaborados após a publicação
do novo Volp.
O governo federal diz não ver
problemas no fato de o material
didático chegar após o início da
vigência do Acordo, pois o decreto presidencial que instituiu
a reforma prevê um período de
transição até 2012, em que as
duas ortografias irão conviver.
Outro argumento citado é o
custo da aquisição das obras.
"Os programas do livro são
caros, não dá para sair jogando
os exemplares fora antes do
prazo", diz Torino.
Ele menciona também que
algumas redes, como a estadual
de São Paulo, já organizaram
treinamentos para os professores no ano passado, o que deve
facilitar a disseminação de informações sobre as alterações.
Em cidades com menos recursos, porém, a adaptação
promete ser mais lenta. É o caso de Paripueira (AL), cidade
na região metropolitana de Maceió que figura na lista dos dez
municípios com menor Ideb
(Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica). A secretária
de Educação que deixou o cargo
no último dia 31, Edemara de
Oliveira, disse que o tema não
foi discutido durante o ano. Ela
afirma, porém, que não vê problemas na adaptação em até
dois anos, desde que os atuais
dirigentes promovam um programa de capacitação.
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