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POLUIÇÃO
Prefeitura do Rio anuncia plano de emergência; 12 trechos entre Leme e Barra são considerados impróprios
Esgoto atinge 75% das praias cariocas
free-lance para a Folha
A um mês do Carnaval, 75% das
praias da zona sul do Rio estão
poluídas. Segundo a Feema (Fundação Estadual em Engenharia do
Meio Ambiente),12 dos 16 trechos
avaliados pela instituição entre o
Leme e a Barra da Tijuca foram
considerados impróprios para o
banho ontem.
Por conta disso, a Prefeitura do
Rio e a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) anunciaram ontem um plano de emergência, na tentativa de acabar
com as chamadas línguas negras
(mistura de esgoto e águas pluviais), despejadas nas areias de
Ipanema.
O plano da prefeitura é construir uma galeria subterrânea que
vai lançar o esgoto para longe das
areias da praia. A obra, que será
feita sem licitação, está orçada em
R$ 300 mil e deverá terminar em
quatro meses. A prefeitura atribuiu a falta de licitação ao caráter
de emergência da obra.
Em Copacabana, a prefeitura
estima concluir o trabalho de despoluição em um ano. O orçamento da obra ainda não foi revelado.
A poluição do mar, no entanto,
não prejudicou o turismo no Rio.
A ABIH-RJ (Associação Brasileira
de Hotéis do Rio de Janeiro) informou que os hotéis da orla já estão com uma média de 67% dos
quartos reservados.
O argentino Jorge García, 42, e
sua filha María, 26, que estavam
na praia de Ipanema ontem, nem
sabiam que o mar estava poluído.
A portuguesa Fabiana Moutinho, 28, disse que soube da poluição das praias uma semana antes
da viagem. "Não dava mais para
desmarcar", afirmou.
Segundo ela, é "impossível" ir
ao Rio e não entrar na água. "Aqui
faz muito calor", disse.
Índia
A índia Aigo Enaudo, 23, um
dos destaques do programa
"O+", da Rede Bandeirantes, concorda: "Quem pode aguentar esse
calor sem entrar no mar?", diz ela,
que ontem estava na praia de topless.
O surgimento de uma mancha
amarela no mar da zona sul também tem preocupado a prefeitura. A Secretaria de Meio Ambiente fez uma análise da mancha no
final de semana e confirmou o
despejo de esgoto nas praias.
No estudo foram encontradas
quantidades superiores a 1.200
coliformes fecais (fezes). O índice
está acima do permitido pelo CONAMA (Conselho Nacional de
Meio Ambiente) que estabelece
mil coliformes fecais por 100 ml.
Até o fechamento desta edição,
a Cedae não havia se pronunciado
sobre o assunto.
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