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Publicitário é um dos mais premiados do país
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa das confidências que talvez mais bem o definam, Washington Olivetto, 50, disse em recente entrevista: "Fui o primeiro
publicitário a dar valor à exposição na mídia de maneira exaustiva. Tenho necessidade de estar na
mídia o tempo todo".
Mas também fazia a ressalva de
que era o profissional -e não o
indivíduo com sua vida privada- que se empenhava para
atrair ao máximo as atenções.
Tornar-se uma celebridade alimentou a imagem do publicitário
bem-sucedido, que o manteve na
linha de frente na disputa pelas
melhores contas ou na preservação dos melhores clientes.
Mas essa condição deixou de ser
gratificante na noite em que foi
sequestrado. No mercado do crime organizado, ele virava refém e
passava a ter sua vida cotada num
alto valor de resgate.
Washington Olivetto, tanto o da
DPZ (1973-1986) quando o da
W/Brasil nos anos seguintes, acumula uma quantidade inédita de
prêmios entre os profissionais
brasileiros da publicidade. Campanhas suas foram premiadas 48
vezes no Festival de Cannes
(França). Recebeu também o Clio
Award, o maior prêmio da propaganda mundial, em 2001.
Partiu dele a idéia de criar o Garoto Bombril, no ar desde 1978,
objeto de mais de 160 comerciais e
citado pelo "Guiness Book of Records" como a mais longa campanha com um único personagem.
Fez também o anúncio da Valisère sobre o primeiro sutiã, inventou o cachorrinho da Cofap, e, como agência com a conta da Folha,
saiu da W/Brasil o ratinho que
anuncia na televisão os classificados deste jornal.
É até simples compreender o
longo sucesso de Washington Olivetto numa profissão em que o
êxito é quase sempre efêmero.
Sem formação acadêmica específica -ele não concluiu nenhuma
das faculdades que começou-
desenvolveu uma sensibilidade
bastante aguda sobre os valores
culturais que tornam um anúncio
aceitável. Compreende instintivamente o que se passa na cabeça do
consumidor da classe média e sabe dosar formas ousadas de linguagem com conteúdos eventualmente conservadores.
Sua reputação profissional foi
nas duas últimas décadas acrescida de um componente com o qual
as pessoas têm certa empatia: recusa-se a fazer campanhas políticas ("Gosto só de anunciar produtos que o consumidor possa
devolver se não gostar"), trabalhar para órgãos de governos ou
estatais, ou ainda fazer propaganda de cigarros.
Nascido em São Paulo, em 29 de
setembro de 1951 ("Dia de São
Miguel Arcanjo, o anjo anunciador"), começou sua carreira aos
18 anos, como estagiário na hoje
extinta HGP. Foi por 14 anos diretor de criação da DPZ, antes de assumir a direção da agência de capital suíço W/GGK, comprada
depois por ele e por dois sócios e
rebatizada como W/Brasil, da
qual é diretor de criação e presidente. Em 1998 a revista inglesa
"Media International" o colocou
na lista dos 25 mais influentes publicitários do mundo. No ano seguinte, a Alap (Associação Latino-Americana de Agências de
Publicidade) qualificou-o de "o
publicitário do século".
Torcedor do Corinthians, participou nos anos 80 do movimento
"democracia corintiana".
Tem um filho, Homero, do primeiro casamento. É hoje casado
com a produtora de cinema Patrícia Viotti de Andrade.
Colaborou CLAUDIA GARCIA, do Banco
de Dados
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