São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2002

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INTERIOR DE SP

Polícia achou US$ 791 mil

Casal é suspeito de sequestrar empresário

KÁTIA ZANVETTOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Polícia Civil de Americana (128 km de São Paulo) e de Sorocaba (100 km) investiga uma possível ligação entre o casal preso anteontem suspeito de integrar uma quadrilha de tráfico internacional de drogas e o sequestro do empresário Roberto Benito Júnior, de Salto (105 km), que ficou 120 dias em cativeiro.
De acordo com o delegado seccional de Americana, Paulo Jodas, que está no caso ao lado da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), foram encontrados US$ 791 mil na mansão onde Mauro Sidnei Braga e Sidnéia Silva, foragidos de cadeias de São Paulo, foram detidos.
Desse total, US$ 700 mil eram em notas de US$ 100. O dinheiro encontrado foi enviado para o Banco Central em São Paulo por medida de segurança.
Na segunda-feira, a numeração das cédulas encontradas anteontem e das notas que foram utilizadas para pagamento do resgate deverá ser cruzada.
A residência, de alto padrão, fica no bairro Jardim Santana, área nobre de Americana. Além dos dólares, foram apreendidas jóias, um fuzil, um revólver e uma pistola calibre 9 mm.
Outras três pessoas haviam sido detidas anteontem, mas só uma continua presa. Os três acusados que continuam detidos foram transferidos de Americana a uma cadeia não divulgada, porque, segundo a polícia, "são pessoas passíveis de serem resgatadas".
Por volta das 9h de ontem, um Tipo parou em frente à casa, e duas pessoas entraram no local. Moradores avisaram a polícia. Um dos jovens era enteado de uma das pessoas detidas anteontem. Eles foram liberados.
A polícia encontrou uma mochila com R$ 465,28 em moedas brasileiras, além de um laptop e um telefone celular por satélite.
A polícia também apura a possibilidade de o casal ter comprado a mansão, há dois meses, por R$ 500 mil.

Família espera confirmação
O delegado seccional de Sorocaba, Everardo Tanganelli Júnior, que está investigando o sequestro de Roberto Benito Júnior, em parceria com a DAS (Delegacia Anti-Sequestro) de São Paulo e a Polícia Civil de Ouro Fino (MG), esteve anteontem na mansão.
Tanganelli Júnior também afirmou que os sequestradores do empresário Benito Júnior podem ter usado os "serviços" das pessoas detidas para "lavar" dinheiro obtido com o sequestro.
O porta-voz Maurício Gardenal disse que a família do empresário não está acompanhando as investigações sobre o caso.
Segundo Gardenal, a família está deixando tudo nas "mãos da polícia", mas, se comprovada a relação entre o casal e o sequestro, está esperando um eventual comunicado para reaver o dinheiro pago no resgate.


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