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São Paulo, segunda-feira, 03 de fevereiro de 2003

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INFÂNCIA

Entidades lançam campanha contra o trabalho infantil

DA REPORTAGEM LOCAL

"Trabalho infantil doméstico: não leve essa idéia para dentro de sua casa!" É com esse slogan que a agência publicitária McCann-Erickson lançará, nas próximas semanas, uma campanha nacional que tem por objetivo combater o trabalho infantil doméstico, problema que atinge, somente no Brasil, mais de 500 mil crianças e adolescentes (segundo o IBGE).
Dos mais de 6 milhões de crianças que ainda trabalham no país, uma percentagem superior a 8% está realizando tarefas domésticas, como empregadas e babás, ou desenvolvendo algum outro tipo de atividade similar.
A campanha publicitária vem na esteira da união de forças de entidades como Organização Internacional do Trabalho (OIT), Save the Children, Unicef, Fundação Abrinq e Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), que escolheram este ano para trazer a público a discussão de um problema de difícil combate e ainda socialmente aceito no Brasil.
Outros percentuais e dados sobre o trabalho infantil doméstico mostram que 30% dessa população infanto-juvenil começa a trabalhar antes mesmo dos 12 anos e mais da metade tem jornada superior a 40 horas semanais.
Uma das principais características, e que dificulta ações de combate a essa modalidade de exploração infantil, está no fato de o trabalho doméstico acontecer dentro das casas e, por isso, ser "invisível", fato que também possibilita uma série de abusos -que vão desde baixa remuneração e longas jornadas até abusos sexuais e atos de violência.
Segundo Percival Caropreso, diretor de criação da McCann-Erickson, algumas pessoas acreditam que estão realmente fazendo um bem às crianças. Por isso a campanha não se preocupa somente em denunciar a questão, mas também em mostrar que existe uma solução.
"Aproximamos o mundo da imaginação, já que, entre as brincadeiras das meninas, invariavelmente elas cuidam da "casinha", com a realidade dessas outras meninas, que têm uma casa de verdade para cuidar", afirmou.
A veiculação dos anúncios em rádios, emissoras de TV, jornais e revistas depende da concessão voluntária de espaços por parte dos veículos de comunicação.


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