DA REPORTAGEM LOCAL

Um dado que choca quando o assunto é trabalho infantil doméstico está na questão de gênero. Meninas somam mais de 90% dos casos de trabalho doméstico, e a concentração dessas tarefas em mãos femininas reside, segundo especialistas, na "naturalidade" com que a sociedade ainda encara o trabalho dentro de casa.
Para tentar alterar esse quadro, o Centro de Defesa da Criança e Adolescente Emaús realiza trabalhos e campanhas contra a exploração infantil em Belém (PA), atendendo 200 meninas, com idades entre 8 e 18 anos, em oficinas culturais que têm por objetivo o resgate da auto-estima e o ensino de noções básicas de direito.
A ONG também encaminha essas meninas aos programas de assistência social oferecidos pelos municípios e pelo Estado.
Na região Amazônica, é comum que meninas do interior do Estado sejam levadas à capital -muitas vezes pelas próprias famílias- para trabalhar em casas.
Em Soure (ilha de Marajó), uma das cidades "exportadoras" de meninas, o Emaús atende outras 60 garotas e iniciou um programa de mobilização com os empresários e as escolas para erradicar o trabalho infantil doméstico.


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