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No Rio, esquerda estará na avenida
SABRINA PETRY
DA SUCURSAL DO RIO
O Carnaval do Rio de Janeiro
deste ano levará a política, mais
especificamente a esquerda, para
a avenida. A Beija-Flor terá uma
estátua do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). Na Unidos de
Vila Isabel, desfilarão integrantes
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
A Beija-Flor vai falar da ganância e da fome. Ambiciosa, sonha
com a improvável presença do
presidente da República no alto
de um carro alegórico.
A escola também queria colocar
um Cristo armado no desfile. No
sábado, dom Eugenio Sales, arcebispo emérito do Rio, disse esperar que a Beija-Flor desistisse da
idéia. A escola desistiu do Cristo
armado, mas não do protesto. O
diretor da comissão de carnaval,
Luiz Fernando do Carmo, o Laíla,
não adiantou como será a encenação com a mudança.
O carnavalesco disse que o tema
da fome foi coincidência, embora
combine com um dos principais
programas do governo Lula. "Definimos o enredo em maio de
2002." A escola está preparando
camisetas com o rosto de Lula estampado, que serão distribuídas
para os participantes do desfile e o
público. A diretoria espera que o
presidente vá ao menos assistir.
Na Vila Isabel (do Grupo de
Acesso), membros do MST estarão em três alas e no alto de um
carro alegórico, e o movimento
estará representado na comissão
de frente. O enredo homenageia o
arquiteto Oscar Niemeyer. Segundo o carnavalesco Jorge Freitas,
Niemeyer, 95, não deve desfilar.
Ele contou que a idéia da homenagem surgiu quando Niemeyer
aceitou projetar, de graça, o Centro Cultural da Vila Isabel.
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