São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2004

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CLIMA

Linha 3 parou no final da tarde após destelhamento parcial da estação Tatuapé; destroços feriram quatro pessoas

Interrupção do metrô prejudica 200 mil

DA REPORTAGEM LOCAL

Por causa do destelhamento parcial da estação Tatuapé do metrô, na zona leste, e da conseqüente interrupção da circulação de trens da linha 3-vermelha nos dois sentidos, por volta das 17h30, o Metrô estima que cerca de 200 mil pessoas foram prejudicadas.
A linha 3 (que liga o terminal rodoviário da Barra Funda, na zona oeste, a Itaquera, na zona leste) é a mais movimentada do sistema e transporta por dia cerca de 1,1 milhão de passageiros. Só pela estação da Sé (centro) passam diariamente cerca de 750 mil pessoas.
Ontem à noite, muitos dos passageiros esperaram em vão durante horas nas estações pelos trens, cuja circulação não tem previsão de retorno.
Para minimizar os prejuízos, o Metrô acionou o Paese (Plano de Auxílio à Empresa em Situação de Emergência), que coloca ônibus para transportar os usuários, mas isso não foi o suficiente para impedir a confusão e a superlotação.
Além dos usuários, o acidente na estação Tatuapé, causado por uma combinação de chuva forte e uma rajada de vento de 50 km/h, segundo o CGE, deixou ainda quatro feridos. As telhas que cobrem a área de embarque e desembarque foram jogadas longe e caíram no meio da av. Radial Leste, uma das principais vias de acesso à região leste da capital.
Uma das telhas caiu exatamente em cima de um carro que passa pela avenida no momento do acidente e feriu dois adultos e uma criança que estavam dentro do veículo. Rubens Antônio de Silva Oliveira, 29, teve escoriações no braço e um corte no pulso, Janele Vieira dos Santos, 28, teve lesão no tendão do punho e J.A.S., 7, fraturou o punho. Socorridos pelos bombeiros, os três foram encaminhados para o hospital Tatuapé, onde foram atendidos e liberados em seguida.
Já Gabriela Leal Ferretti, 29, estava na plataforma da estação Tatuapé quando as telhas começaram a cair, foi atingida por escombros e teve ferimentos leves.
Daniel Corbat, 29, que também estava na plataforma, passou mal na hora do acidente.Ambos foram encaminhados para o hospital de Ermelino Matarazzo (zona leste), onde receberam atendimento, e depois foram liberados.

Espera inútil
Após o acidente e a interdição, o Metrô fechou diversas estações da linha 3 para evitar que as pessoas entrassem, lotassem os locais e ficassem horas esperando em vão. Na estação da Sé, no entanto, a estratégia não funcionou.
Lá, no início da noite, o aposentado Antonio Fernandes Carmona, 63, que mora em São Miguel Paulista (zona leste) aguardava havia duas horas e meia o eventual retorno dos serviços.
"Prefiro esperar a ir pegar um ônibus no [terminal de ônibus] Parque D. Pedro [também na zona central]. Está muito trânsito e vai demorar mais", dizia.
Próxima dele, a desempregada Rosa Lopes de Almeida, 33, estava sentada no chão com seu filho de um ano. Ambos aguardavam havia uma hora e meia pelo metrô, para poderem voltar para a casa, que fica perto da estação Guilhermina Esperança (também na zona leste da capital).
"Minha filha foi verificar no Parque D. Pedro se é melhor ir de ônibus ou esperar aqui", disse.


Colaborou o "Agora"

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