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Leste é porta de entrada da chuva
DA REPORTAGEM LOCAL
O fato de que grande parte dos
temporais de verão que prejudicam a vida dos paulistanos começam na zona leste para depois se
espalhar -ou não- pelo resto
da capital não é apenas uma mera
coincidência meteorológica.
Pelo menos dois fatores contribuem para isso: a direção em que
costumam soprar os ventos sobre
a cidade e o fato de que a região
leste concentra as ilhas de calor.
Em cerca de 70% dos dias do
anos, os ventos que trazem as nuvens e a umidade para a cidade de
São Paulo -ambos fundamentais para a formação das chuvas- vêm do litoral sul e da serra
do Mar e entram na capital justamente pela zona leste.
Lá eles encontram temperaturas que costumam ser mais altas
que a média da cidade por conta
de um processo de urbanização
despreocupado com a manutenção de áreas verdes e com a verticalização em excesso.
O ar quente da superfície do solo sobe, carregando as gotículas
de água trazidas do litoral pela
brisa marítima. Quando atinge
uma certa altura, encontra temperaturas mais baixas, condensando-se rapidamente em nuvens, que se precipitam numa
chuva forte, geralmente rápida e
localizada, que pode produzir
ventos locais e muitos raios.
São as chuvas convectivas, típicas do verão paulistano. Assim
como elas, as enchentes da cidade
não devem acabar tão cedo por
causa da impermeabilização e da
ocupação das várzeas dos rios.
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