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Inspeção reprova 5% dos veículos no 1º dia
Dos 451 veículos que foram aos postos de vistoria de SP, 419 foram aprovados; 10 foram rejeitados por problemas mecânicos
Só 5% dos motoristas com horário agendado não compareceram; motoristas se queixaram de demora
na fila de atendimento
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A inspeção obrigatória para
os carros a gasolina, álcool e gás
fabricados até 2003 e as motos
com final de placa 1 começou
ontem em São Paulo com 5%
dos veículos reprovados. Dos
473 veículos que agendaram a
inspeção para ontem, 451
(95%) compareceram.
Desses, 419 (93%) foram
aprovados -ou seja: poluem
em níveis aceitáveis pelo município. Outros 10 (2%) foram rejeitados -nem fizeram a inspeção, por apresentarem problemas que impediam a realização
do teste- e 22 (5%) foram reprovados por poluir mais que o
permitido. Rejeitados e reprovados têm 30 dias para reagendar a inspeção, sem custo.
A poluição do ar na capital,
que causa ou agrava doenças
que matam de 10 a 12 pessoas
por dia, segundo estudos do Laboratório de Poluição do Ar da
USP, é fruto principalmente
das emissões de veículos.
Tanto a prefeitura quanto a
Controlar, empresa encarregada de realizar a vistoria, afirmam que a intenção da inspeção, neste ano, não é de reprovação em massa. Foi esse o argumento usado para justificar a
exclusão dos carros antigos (fabricados até 2002) da vistoria
obrigatória neste ano.
"A prefeitura fixou limites
brandos para esse primeiro
ano. É assim no mundo todo:
com o tempo, eles vão caindo",
disse o diretor-executivo da
Controlar, Eduardo Rosin, que
afirma que não há garantia de
que os ganhos seriam maiores
se a opção tivesse sido a inspeção dos carros mais velhos.
"É preciso ter paciência. Um
passo mal dado [reprovações
em excesso] pode comprometer o programa", disse o secretário Eduardo Jorge (Verde e
Meio Ambiente).
Uma das poucas reprovadas
no centro de inspeção da Barra
Funda, a administradora Fernanda Lima, 27, ouviu da funcionária da Controlar que seu
Honda Fit 2007 não passara no
teste por "excesso de hidrocarboneto, combustível não queimado". Terá que levar o carro à
oficina, mas confessou que foi
embora "sem entender nada".
Já o Palio 2005 da enfermeira Thielly Pierini, 24, não passou sequer na primeira fase da
vistoria, a "inspeção visual" -o
acelerador estava desregulado
e por isso o motor do veículo
não conseguia rotação estável,
um dos requisitos do teste.
Poucas motos agendaram a
inspeção no primeiro dia -apenas 48 dos 473 agendamentos.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas, Lucas Pimentel, isso é reflexo de um comportamento
"cauteloso" dos motociclistas,
"que ainda não sabem se a lei
[inspeção] irá pegar."
Espera e nova regra
Demora superior aos 30 minutos previstos e dificuldade
para encontrar o centro de inspeção foram as principais queixas dos motoristas que foram
ontem pela manhã ao centro da
Barra Funda, na zona oeste.
"Estou achando um saco tudo isso. Não adiantou agendar",
protestava, na fila, o ator Antonio Petrin, 70, um dos mais de
30 motoristas que esperavam
por volta das 11h. Petrin levou
ao todo cerca de 50 minutos no
centro de inspeção -boa parte
na fila, já que a vistoria em si
não levou mais de 15 minutos.
O metroviário César Salviano, 49, conseguiu ser atendido
no horário marcado, mas, para
isso, chegou com 1 hora e 40
minutos de antecedência e ficou esse tempo na fila.
A Controlar atribuiu os atrasos entre as 10h e as 13h ao rodízio municipal -que ontem
afetava os veículos com final de
placa 1 e, segundo a empresa,
fez com que os motoristas que
agendaram as inspeções mais
cedo chegassem mais tarde.
O problema obrigou a empresa a criar uma nova regra.
"Quem chegar com mais de 30
minutos antes do horário marcado terá que esperar um pouco [do lado de fora] para entrar
na fila. E quem chegar com
mais de 30 minutos de atraso
terá que reagendar e voltar outra hora", diz Rosin. A orientação já começou a valer ontem.
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