São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2009

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Inspeção reprova 5% dos veículos no 1º dia

Dos 451 veículos que foram aos postos de vistoria de SP, 419 foram aprovados; 10 foram rejeitados por problemas mecânicos

Só 5% dos motoristas com horário agendado não compareceram; motoristas se queixaram de demora na fila de atendimento

RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL

A inspeção obrigatória para os carros a gasolina, álcool e gás fabricados até 2003 e as motos com final de placa 1 começou ontem em São Paulo com 5% dos veículos reprovados. Dos 473 veículos que agendaram a inspeção para ontem, 451 (95%) compareceram.
Desses, 419 (93%) foram aprovados -ou seja: poluem em níveis aceitáveis pelo município. Outros 10 (2%) foram rejeitados -nem fizeram a inspeção, por apresentarem problemas que impediam a realização do teste- e 22 (5%) foram reprovados por poluir mais que o permitido. Rejeitados e reprovados têm 30 dias para reagendar a inspeção, sem custo.
A poluição do ar na capital, que causa ou agrava doenças que matam de 10 a 12 pessoas por dia, segundo estudos do Laboratório de Poluição do Ar da USP, é fruto principalmente das emissões de veículos.
Tanto a prefeitura quanto a Controlar, empresa encarregada de realizar a vistoria, afirmam que a intenção da inspeção, neste ano, não é de reprovação em massa. Foi esse o argumento usado para justificar a exclusão dos carros antigos (fabricados até 2002) da vistoria obrigatória neste ano.
"A prefeitura fixou limites brandos para esse primeiro ano. É assim no mundo todo: com o tempo, eles vão caindo", disse o diretor-executivo da Controlar, Eduardo Rosin, que afirma que não há garantia de que os ganhos seriam maiores se a opção tivesse sido a inspeção dos carros mais velhos.
"É preciso ter paciência. Um passo mal dado [reprovações em excesso] pode comprometer o programa", disse o secretário Eduardo Jorge (Verde e Meio Ambiente).
Uma das poucas reprovadas no centro de inspeção da Barra Funda, a administradora Fernanda Lima, 27, ouviu da funcionária da Controlar que seu Honda Fit 2007 não passara no teste por "excesso de hidrocarboneto, combustível não queimado". Terá que levar o carro à oficina, mas confessou que foi embora "sem entender nada".
Já o Palio 2005 da enfermeira Thielly Pierini, 24, não passou sequer na primeira fase da vistoria, a "inspeção visual" -o acelerador estava desregulado e por isso o motor do veículo não conseguia rotação estável, um dos requisitos do teste.
Poucas motos agendaram a inspeção no primeiro dia -apenas 48 dos 473 agendamentos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas, Lucas Pimentel, isso é reflexo de um comportamento "cauteloso" dos motociclistas, "que ainda não sabem se a lei [inspeção] irá pegar."

Espera e nova regra
Demora superior aos 30 minutos previstos e dificuldade para encontrar o centro de inspeção foram as principais queixas dos motoristas que foram ontem pela manhã ao centro da Barra Funda, na zona oeste.
"Estou achando um saco tudo isso. Não adiantou agendar", protestava, na fila, o ator Antonio Petrin, 70, um dos mais de 30 motoristas que esperavam por volta das 11h. Petrin levou ao todo cerca de 50 minutos no centro de inspeção -boa parte na fila, já que a vistoria em si não levou mais de 15 minutos.
O metroviário César Salviano, 49, conseguiu ser atendido no horário marcado, mas, para isso, chegou com 1 hora e 40 minutos de antecedência e ficou esse tempo na fila.
A Controlar atribuiu os atrasos entre as 10h e as 13h ao rodízio municipal -que ontem afetava os veículos com final de placa 1 e, segundo a empresa, fez com que os motoristas que agendaram as inspeções mais cedo chegassem mais tarde.
O problema obrigou a empresa a criar uma nova regra. "Quem chegar com mais de 30 minutos antes do horário marcado terá que esperar um pouco [do lado de fora] para entrar na fila. E quem chegar com mais de 30 minutos de atraso terá que reagendar e voltar outra hora", diz Rosin. A orientação já começou a valer ontem.


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