São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2009

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Aumento de 7,5% no total de alunos novos na educação superior é o pior desde 2005

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA DA REPORTAGEM LOCAL

A educação superior registrou sua pior taxa de crescimento desde 2005, quando teve início o ProUni, mostram os dados divulgados ontem pelo Ministério da Educação.
Há quatro anos, o número de novos alunos subiu 14,8%, devido, principalmente, ao programa do governo federal que dá bolsas a estudantes carentes em instituições particulares. Em 2007, o crescimento foi de apenas 7,5%.
A desaceleração ocorre no ensino presencial. De 2006 a 2007, a quantidade de novos estudantes nessa modalidade cresceu apenas 2,3% -em 2005, se ampliava em 7,2%.
Já no ensino a distância o número de novos alunos explodiu em 2004, com um crescimento de 1.108%, facilitado, em grande parte, pela baixa base de comparação. Com isso, os estudantes dessa modalidade passaram de 1% do alunado da educação superior para 7%.
O ensino tecnológico também cresceu -395% desde 2002. "Tanto a educação tecnológica como a educação a distância são fronteiras pouco exploradas no Brasil, então é natural o crescimento intenso", disse à Folha o ministro Fernando Haddad (Educação).
Quanto ao ensino presencial, ele afirma que o efeito do ProUni parece ter se dissipado. Ele defende que, para que o número de universitários continue crescendo, é preciso expandir a rede pública de ensino superior, ampliando a eficiência delas, e incentivar os programas de financiamento.
Mesmo com as taxas de crescimento a partir da década de 1990, o Brasil ainda está longe dos países desenvolvidos quando se olha a população universitária, diz Reynaldo Fernandes, presidente do Inep.
Ele aponta que o país tem 12% dos jovens entre 18 e 24 anos na universidade, enquanto nos Estados Unidos, o patamar é de 70% e, na Europa, a média é de 40%. "A ideia de que, no Brasil, todo mundo quer ser doutor não reflete a realidade", afirma.
Fernandes descarta a hipótese de que estudantes que antes poderiam fazer graduação presencial migrem para o ensino a distância, já que o perfil dos alunos nos dois casos costuma ser diferente.
Para ele, ainda não se pode dizer que a desaceleração da graduação presencial configure uma tendência, já que os números oscilam pelo menos desde 2002. O fenômeno poderia ser reflexo, portanto, tanto de uma reversão da curva de aumento como de uma mera flutuação.
A redução no número de novos alunos, de 2006 a 2007, deu-se nas instituições estaduais e municipais -nas privadas e nas federais, houve crescimento. (AP e FT)


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