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Aumento de 7,5% no total de alunos novos na educação superior é o pior desde 2005
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A educação superior registrou sua pior taxa de crescimento desde 2005, quando teve início o ProUni, mostram os
dados divulgados ontem pelo
Ministério da Educação.
Há quatro anos, o número de
novos alunos subiu 14,8%, devido, principalmente, ao programa do governo federal que dá
bolsas a estudantes carentes
em instituições particulares.
Em 2007, o crescimento foi de
apenas 7,5%.
A desaceleração ocorre no
ensino presencial. De 2006 a
2007, a quantidade de novos
estudantes nessa modalidade
cresceu apenas 2,3% -em
2005, se ampliava em 7,2%.
Já no ensino a distância o número de novos alunos explodiu
em 2004, com um crescimento
de 1.108%, facilitado, em grande parte, pela baixa base de
comparação. Com isso, os estudantes dessa modalidade passaram de 1% do alunado da
educação superior para 7%.
O ensino tecnológico também cresceu -395% desde
2002. "Tanto a educação tecnológica como a educação a distância são fronteiras pouco exploradas no Brasil, então é natural o crescimento intenso",
disse à Folha o ministro Fernando Haddad (Educação).
Quanto ao ensino presencial,
ele afirma que o efeito do
ProUni parece ter se dissipado.
Ele defende que, para que o número de universitários continue crescendo, é preciso expandir a rede pública de ensino
superior, ampliando a eficiência delas, e incentivar os programas de financiamento.
Mesmo com as taxas de crescimento a partir da década de
1990, o Brasil ainda está longe
dos países desenvolvidos quando se olha a população universitária, diz Reynaldo Fernandes, presidente do Inep.
Ele aponta que o país tem
12% dos jovens entre 18 e 24
anos na universidade, enquanto nos Estados Unidos, o patamar é de 70% e, na Europa, a
média é de 40%. "A ideia de
que, no Brasil, todo mundo
quer ser doutor não reflete a
realidade", afirma.
Fernandes descarta a hipótese de que estudantes que antes
poderiam fazer graduação presencial migrem para o ensino a
distância, já que o perfil dos
alunos nos dois casos costuma
ser diferente.
Para ele, ainda não se pode
dizer que a desaceleração da
graduação presencial configure
uma tendência, já que os números oscilam pelo menos desde 2002. O fenômeno poderia
ser reflexo, portanto, tanto de
uma reversão da curva de
aumento como de uma mera
flutuação.
A redução no número de novos alunos, de 2006 a 2007,
deu-se nas instituições estaduais e municipais -nas privadas e nas federais, houve crescimento.
(AP e FT)
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