São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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ALFREDO RAMOS NOVAES (1938-2011)

Alfredinho, enxadrista e advogado

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

No período em que Alfredo Ramos Novaes, o Alfredinho, esteve nos EUA, nos anos 50, seu pai montou na casa da família, em Marília (SP), uma sala repleta de cadeiras.
À noite, a molecada da vizinhança se aglomerava naquele pequeno cinema para ver os filmes em 16 mm que o hospital norte-americano enviava, mostrando os avanços que o garoto vinha tendo.
Alfredinho passou três anos no Kessler Institute for Rehabilitation, em Nova Jersey, tentando recuperar os movimentos que perdera aos 13, quando machucou gravemente a coluna enquanto brincava na água em Taquaritinga, onde os avós moravam. Ficou quadriplégico.
Ao voltar dos EUA, andava de muletas, com aparelhos nas pernas. Tinha movimento nos braços, mas não a capacidade de segurar objetos.
Decidiu jogar xadrez. Nos anos 60, foi campeão estadual e chegou a presidir o Clube de Xadrez de Marília.
Nos anos 70, casou-se e estudou direito. Além de advogado, teve uma indústria de massas alimentícias, um projeto agropecuário na região do Xingu, foi cafeicultor e criou búfalos em Marília.
Quando o pai, Lázaro Ramos Novaes, criou uma empresa aérea em 1961, foi dele a ideia do nome Táxi Aéreo Marília. Vendida em 1967, a firma está na origem da TAM.
Como lembra o irmão José Roberto, nos 59 anos em que foi cadeirante, Alfredinho nunca reclamou da situação. Ao contrário, era sempre procurado para dar conselhos.
Membro do Clube dos Paraplégicos de SP, ele morreu na sexta, aos 72, de complicações de saúde. Viúvo, deixa quatro filhos e sete netos.

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