São Paulo, quinta-feira, 03 de fevereiro de 2011

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Sistema de emissão de CNHs ‘trava’ e causa lentidão em SP

Problema afeta cidades do interior do Estado; capital adia o uso

JULIANA COISSI
DE RIBEIRÃO PRETO

O novo sistema de emissão e renovação da carteira de habilitação implantado no interior e na Grande SP, o e-CNHsp, tem gerado lentidão em todo o Estado.
O problema causou o adiamento do uso do sistema na capital -hoje sem data prevista- e atraso na emissão da primeira CNH.
Segundo o presidente do Sindautoescola (representante das empresas do Estado), José Guedes Pereira, a primeira CNH está demorando até quatro meses no interior. O normal é 60 dias.
A identificação digital é o problema. A Folha acompanhou uma turma que esperou mais de uma hora após o fim da aula teórica e, mesmo assim não conseguiu passar as digitais e validar a aula.
Outra turma não fez aula prática pelo mesmo motivo. Alunos, autoescolas e entidades ouvidas pela Folha, dizem que o sistema sai do ar ou não colhe a digital dos candidatos -sem ela, para o Estado, a aula não foi feita.
O problema atinge, segundo eles, cidades de todo o interior do Estado.
O e-CNHsp foi implantado em 2010 por recomendação da Promotoria ao Detran e à Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de SP). O objetivo era fazer o Estado ter controle das informações e evitar fraudes.
Na escola teórica MGP, em Ribeirão, no final da manhã de anteontem, 29 alunos aguardavam o sistema voltar ao ar. Dez alunos chegaram a passar suas digitais, mas depois, o sistema saiu do ar.
Em Sorocaba, na escola CFC Aliança, três turmas de 90 alunos ao todo chegaram às 7h para aula, mas foram dispensados, porque o sistema estaria fora do ar.
Em Campinas, o problema começa no agendamento. Mário Trentim, presidente da associação das autoescolas, diz que quem tenta hoje agendar atendimento na Ciretran só consegue para 20 de março. Já foi pior: o atraso chegou a ser de até 90 dias.
"Por que o Estado usa o interior como cobaia? Não somos camundongos. Se o sistema não funciona, que seja tirado do ar", afirma Trentim.


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