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A., 17, está grávida e tem Aids
do enviado especial
A.C.G.R. tem 17 anos, está grávida de três meses, tem o vírus da
Aids, um companheiro e uma história triste para contar, além de ser
uma das vítimas do ônibus que
deixou Corumbá no último domingo.
"Vou ser sincera. Não fazia nada
em Corumbá. Vivia lavando carros
para me drogar e morava na rua."
Ela disse ter saído de Goiânia,
mas não sabe há quanto tempo. Os
pais já morreram. Ela tinha 10
anos. De parentes, só sobraram os
tios.
Ela pediu que não fosse identificada. Disse que não contou ao
companheiro sobre o fato de ser
HIV positiva. "Mas o médico disse
que há chances de o meu filho não
ser contaminado."
Não vai ser o primeiro filho de
A.C.G.R. "Uma ex-sogra cuida da
minha filha de 2 anos", afirmou
ela.
História triste
Ela contou que deixou o marido
porque apanhava. A história triste
não a faz esquecer os momentos
que enfrentou dentro do ônibus da
Trans Mec.
"Você pode imaginar o que é estar dentro de um ônibus, estar grávida, ver seus amigos apanhando,
não poder fazer nada e ainda
apontarem uma arma para você
não dar um pio?", perguntou ela,
quando conversava com a reportagem da Folha em um banco da Sociedade de Obras Sociais, uma entidade filantrópica que recebeu em
Itapetininga os passageiros do ônibus.
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