São Paulo, domingo, 03 de março de 2002

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Interior e ABC atenuam impacto

DA REPORTAGEM LOCAL

O município de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, mostrou como foi possível atenuar no trânsito os efeitos do apagão.
Inserido no racionamento, conseguiu manter a redução das mortes por atropelamento ao adotar a mesma estratégia utilizada por parte da população: para cumprir a meta de redução de 35% no consumo de energia, 11% das lâmpadas foram trocadas por outras que gastam menos.
O número total de atropelamentos na cidade caiu 21% em relação a 2000 e só 0,06% das lâmpadas das ruas foi desligada.
Entre 1999 e 2001, R$ 66 milhões investidos em São Bernardo do Campo conseguiram reduzir a quantidade de mortes em 81%. De 98, em 1999, para 19, em 2001.
Foram instalados 40 temporizadores digitais -semáforos para pedestres que indicam quantos segundos faltam para a travessia.
"Quando a gente cuida do cruzamento empregando essa modernidade, há um ganho de 100%, zerando as mortes", diz Larte Francisco Pinto, diretor do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego) de São Bernardo.
As cidades de Campinas (95 km) e Ribeirão Preto (314 km de São Paulo) diminuíram as mortes no trânsito investindo em educação. Comparando os dados de 2000 e 2001, houve redução de 17% e 24%, respectivamente.
Em Campinas, houve desligamento de 11% e troca de 7% das lâmpadas da iluminação municipal. Ribeirão Preto desligou 20%.
Para Marcos Bicalho, secretário dos Transportes de Campinas, os melhores resultados obtidos decorrem de palestras para crianças, idosos e motoristas de ônibus. O Progett (Programa Permanente de Educação para o Trânsito) leva monitores às escolas públicas em Ribeirão Preto.
As mortes por atropelamento tiveram redução em Curitiba e Porto Alegre, mantendo a tendência até então. Na capital paranaense, a queda foi de 24% no ano inteiro. Na gaúcha, 19%.
Mesmo fora do apagão, Porto Alegre chegou a cortar 12% dos gastos com energia, mas não retirou lâmpadas das ruas, apenas de monumentos.
José Alvaro Twardowski, diretor da Diretran (Diretoria de Trânsito) de Curitiba, diz tratar a iluminação pública como questão de engenharia de tráfego. O departamento de trânsito está destinando R$ 30 mil mensais para reforçar os estoques de lâmpada da secretaria responsável pelas trocas nos postes. (AI e ID)


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