São Paulo, sexta-feira, 03 de março de 2006

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RORAIMA

Mulher é acusada de levar à Venezuela adolescentes para se prostituírem

Suspeita de traficar garotas é presa

JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA

Uma mulher foi presa em Roraima acusada de chefiar um esquema de tráfico internacional de pessoas. Márcia da Silva, 22, é suspeita de agenciar adolescentes para prostituição na região da fronteira entre o Brasil e a Venezuela.
"Ela conduzia adolescentes de Boa Vista para Pacaraima [219 km da capital] e de lá as encaminhava a Santa Elena de Uiarén, na Venezuela, para se prostituírem. Inclusive o agenciamento de alguns programas era feito com guardas nacionais daquele país", diz o delegado Luciano Silvestre.
Ainda de acordo com a polícia, Márcia da Silva contrabandeava combustível da Venezuela para ser vendido em Boa Vista.
"Ela contava com a anuência de guardas venezuelanos que fazem o patrulhamento na área de fronteira. Márcia ia com os carros, abastecia, e os guardas liberavam a passagem, mediante relações sexuais com adolescentes levadas por ela à cidade", diz Silvestre.
O litro de gasolina, do lado venezuelano, chega a ser comercializado a R$ 0,20. Em Boa Vista, o valor médio é de R$ 2,89.
A investigação teve início após o suicídio de uma adolescente de 15 anos, em janeiro, em Pacaraima, quando familiares teriam descoberto que a jovem se prostituía em Santa Elena de Uiarén.
A prisão de Márcia da Silva ocorreu na terça-feira. Outras quatro adolescentes, segundo a polícia, confirmaram que faziam programas com homens na região da fronteira a mando dela.
Silva foi indiciada por rufianismo qualificado (tirar proveito da prostituição alheia) e tráfico internacional de pessoas. Segundo a polícia, ela negou as acusações em depoimento.
Até o final da tarde de ontem, nenhum advogado havia procurado a polícia para defender a acusada.
A reportagem entrou em contato com o Consulado da Venezuela em Roraima. Uma secretária, que preferiu não se identificar, disse que ontem não havia nenhum funcionário no local que pudesse comentar o caso.


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