São Paulo, terça-feira, 03 de março de 2009

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2ª fase da Fuvest pode cobrar todas as disciplinas

Grupo criado por pró-reitoria analisa reformulação na prova; segunda fase duraria 3 dias

Projeto propõe que nota da primeira fase não conte no resultado final; mudança traria características dos anos 1990 de volta ao vestibular

DA REPORTAGEM LOCAL

A USP (Universidade de São Paulo) analisa um projeto que reformula a prova da Fuvest -o maior vestibular do país-, transformando-a, em alguns aspectos, no que ela era até meados dos anos 1990. A discussão está a cargo de um grupo criado pela Pró-Reitoria de Graduação.
Entre as mudanças em análise está a utilização da nota da primeira fase, que hoje conta no resultado final do vestibular. A ideia é que a primeira etapa seja eliminatória -funcionaria como um filtro e sua nota não seria contabilizada.
Outro ponto proposto é que a segunda fase, que é dissertativa, seja realizada com todas as disciplinas do ensino médio -e não só com um exame de português, uma redação e matérias ligadas à carreira escolhida pelo candidato, como foi feito até o último vestibular.
A segunda fase, de acordo com a proposta, terá três dias: no primeiro, exame de português e redação; no segundo, prova com 18 questões de todas as matérias, incluindo exercícios interdisciplinares; e, no terceiro dia, seriam cobradas duas disciplinas ligadas à carreira escolhida.
A proposta também sugere que o candidato possa ter, como segunda opção, uma carreira diferente da área escolhida na inscrição.

"Em estudo"
A Pró-Reitoria de Graduação só se manifestou por nota. Afirmou que "as propostas ainda estão em estudo" e deverão ser decididas pelo Conselho de Graduação -que é formado por presidentes de comissões de graduação- em abril ou maio.
A Fuvest, que organiza o vestibular da USP, participou de discussões, mas apenas como órgão consultor, segundo Roberto Costa, coordenador do órgão. "Participaremos depois, na execução", disse.
"Isso que está em discussão não é nenhuma transformação radical, é um retorno ao que já era", disse Carlos Eduardo Bindi, coordenador do cursinho Etapa, referindo-se à época em que a fase inicial não contava pontos e a segunda etapa tinha todas as disciplinas.
Esses pontos foram reformulados em meados de 1990 porque "o formato anterior [que tinha todas as disciplinas na segunda fase] era injusto", segundo o que Alceu Gonçalves Pinho Filho, diretor da Fuvest na época, afirmou em 1994.
Segundo Bindi, o processo mudou, entre outros motivos, por questões econômicas. "Como a primeira fase já era geral, era mais barato fazer a segunda com menos disciplinas", afirmou. "Aí, como a Fuvest é uma prova geral, tinha de contabilizar a primeira fase."
Nicolau Marmo, coordenador-geral do Anglo, não aprovou as propostas em discussão. "A Fuvest é o melhor vestibular do país, e em time que está ganhando não se mexe", afirmou.


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