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NA UNIVERSIDADE
Deputado pede ao MEC punição a veteranos de escola de Mato Grosso
Trote obsceno provoca polêmica
KAMILA FERNANDES
da Agência Folha
O relato de um trote considerado obsceno ocorrido na UFMT
(Universidade Federal do Mato
Grosso) deve ser denunciado
amanhã ao Ministério da Educação por meio do deputado federal
Wilson Santos (PMDB-MT), que
promete cobrar punições aos alunos que participaram do ato.
Um grupo de veteranos daquela
universidade fez 12 calouras participarem de uma brincadeira com
um pênis de borracha, simulando
sexo oral com o objeto.
A cena aconteceu no último dia
22 de março, no campus da Faculdade de Enfermagem da UFMT e
foi flagrada por fotógrafos do jornal "Diário de Cuiabá", que publicou a foto do trote em sua edição.
"Não houve nenhuma denúncia
por parte de nenhum dos participantes, mas, de qualquer forma,
vamos apurar o caso com a abertura de uma sindicância e, se for o
caso, punir os responsáveis", afirmou a pró-reitora de Ensino de
Graduação, a professora Margareth Correia Lima.
Para Santos, o trote foi uma
"barbárie" e deve ser punido
"exemplarmente, para evitar que
a prática se espalhe em outros
campus pelo país".
"Vimos, em São Paulo, um aluno sendo morto no ano passado.
Como é que uma universidade
pode permitir que aconteça um
trote libidinoso dessa forma dentro de seu próprio campus?", indagou o deputado.
A professora Margareth ressalta
que a UFMT tem uma resolução
que proíbe trotes na universidade
e que incentiva atividades culturais para recepcionar calouros.
"Mas sempre tem aqueles que
preferem o trote tradicional, e fica
difícil controlar tudo."
Ela não quis informar o número
de alunos envolvidos. A punição
pode variar entre uma simples
advertência verbal até a expulsão,
segundo a professora.
Em fevereiro do ano passado,
Edison Tsung-Chi Hsueh, estudante chinês que havia acabado
de passar no vestibular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), morreu
afogado na piscina da universidade durante um trote. Até o momento, ninguém foi punido.
Em razão de fatos como esse, o
governador de São Paulo, Mário
Covas, sancionou em 6 de janeiro
lei de iniciativa do Legislativo que
proíbe o trote agressivo nas universidades públicas estaduais
(USP, Unicamp e Unesp).
Por agressivo, entende-se pintar
o rosto do calouro ou raspar o cabelo, por exemplo. A lei atribui
aos diretores, a responsabilidade
de adotar medidas para impedir
que atos violentos sejam praticados contra os calouros.
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