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São Paulo, quinta-feira, 03 de abril de 2003

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Médicos sugerem cuidado sem alarme

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Segundo médicos ouvidos pela Folha, as autoridades públicas de saúde devem ter bom senso para não serem negligentes no controle da pneumonia asiática, pois ainda não se conhece a sua forma de transmissão. Ao mesmo tempo, devem tomar cuidado para não alarmar as pessoas.
Para Celso Granato, 49, professor de doenças infecciosas da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), todos os tripulantes e os passageiros que viajaram no mesmo vôo da jornalista britânica que está sob observação no hospital Albert Einstein deveriam estar sendo monitorados.
"Todo cuidado é pouco", diz Granato, citando o caso de um condomínio em Hong Kong, em que várias pessoas foram contaminadas mesmo sem terem tido contato próximo.
Na opinião do pneumologista Carlos Carvalho, 49, chefe da UTI respiratória do Hospital das Clínicas de São Paulo, enquanto não for confirmado se a jornalista foi realmente infectada, não se justifica impor uma barreira sanitária aos passageiros do avião.
Carvalho afirma que o único método eficaz para evitar a propagação do agente causador da pneumonia seria deixar todos de quarentena, a exemplo do que aconteceu com o vôo da American Airlines procedente de Tóquio, que está na pista do aeroporto de San José, na Califórnia.
Como também não existem testes que identifiquem o agente causador, a única forma de diagnóstico é a evolução clínica da doença. "Nos casos de virose comum, o organismo produz anticorpos para se defender contra o vírus em até cinco dias. No caso dessa pnemonia, o agente se reproduz muito rapidamente", explica o pneumologista.
Segundo ele, os padrões de transmissão da doença sugerem a possibilidade de que ela seja capaz de se espalhar pelo ar ou por meio de objetos contaminados -e não só pelo contato próximo.
Por essa razão, não há forma de prevenção da doença. Nem a máscara é capaz de proteger se o agente causador for um vírus, afirma Carvalho. Para quem pretende viajar para países onde há casos confirmados, a recomendação é adiar a viagem.


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