São Paulo, sexta, 3 de abril de 1998

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Serra quer dividir responsabilidade

da Agência Folha, em Belo Horizonte

O ministro da Saúde, José Serra, disse ontem em Belo Horizonte que o governo federal vai agilizar o combate à dengue, mas que a responsabilidade deve ser compartilhada também pelos Estados e pelos municípios.
"Naquilo que cabe ao governo federal, não vão faltar recursos. Agora, todas as esferas têm de atuar. Não pode ter jogo de empurra-empurra. O governo federal não vai empurrar para ninguém."
Serra esteve em Belo Horizonte assinando convênio de repasse de recursos com 44 municípios.
"Cenário principal"
Segundo o ministro, Minas Gerais será o "cenário principal" na ação de combate ao Aedes aegypti,o mosquito que transmite a dengue. Ele define a ação como uma "verdadeira guerra".
Minas Gerais tem 36% dos casos confirmados da doença em todo o país. O número de pessoas atingidas em todo o Estado, desde janeiro, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, chega a 35 mil. Somando casos confirmados e suspeitos, já são quase 50 mil pessoas atingidas pela doença.
Sem anunciar verbas novas (os convênios assinados foram acertados por ministros anteriores), o ministro tentava demonstrar que dará prioridade ao combate à dengue, repetindo que estava visitando Minas Gerais menos de 48 horas depois de assumir a pasta da Saúde em Brasília.
De acordo com o ministro Serra, o total de verbas destinadas aos municípios mineiros somará R$ 18,3 milhões.
Prevenção
Serra disse que os municípios que não têm o mosquito também receberão verbas para que façam trabalho preventivo.
Para a capital mineira, que enfrenta o terceiro e pior ano da epidemia (33 mil casos neste ano), o ministro anunciou a liberação imediata das parcelas restantes do convênio de R$ 4,2 milhões, assinado em fevereiro.
O ministro disse também que vai atender a outro pedido do prefeito: a viabilização de um contrato adicional de aproximadamente R$ 3 milhões para repor os gastos que a Prefeitura de Belo Horizonte fez do próprio caixa.
O anúncio do ministro fez o prefeito Célio de Castro (PSB), que acusava o governo federal de descaso com a epidemia de dengue em Belo Horizonte, mudar o tom do discurso.
Castro disse que a capital mineira foi atendida e que o plano emergencial de combate à doença ficará garantido.



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