da Reportagem Local

O presidente da Febem, Benedito Duarte, disse ontem que vai demitir os funcionários que, segundo ele, são responsáveis pela sequência de rebeliões na unidade do Tatuapé.
Ele não quis estabelecer um prazo para tomar essa medida, mas afirmou já ter identificado alguns dos monitores que teriam colaborado com os menores na realização de fugas e motins.
"Eles estão identificados e vamos fazer justiça. Alguns vão ser demitidos. E pouco mais de 40%, que demonstram compromisso, coragem, vão ser reconhecidos", disse Duarte, após a inauguração de um laboratório de informática na Febem do Brás.
Segundo ele, parte dos funcionários não quer ser transferida para as novas unidades (Franco da Rocha e Parelheiros) e, por isso, estão "falando coisas ruins para os meninos".
"Eles estavam no plano de facilitar fugas. Houve funcionários que faltaram ao serviço, alguns boicotaram", afirmou.
O presidente da instituição disse que não se referia a todos os funcionários, mas que apenas metade deles está bem preparada e comprometida com a Febem. "São eles (funcionários bem preparados) que estão segurando a onda", ressaltou.

Outro lado
O presidente do sindicado dos funcionários da Febem, Antônio Gilberto da Silva, contestou as afirmações de Duarte.
"Eles é que estão deixando acontecer (rebeliões) para justificar a ida dos meninos para Parelheiros", disse.
Segundo Silva, os trabalhadores são contrários às transferências "assim como os meninos e toda a sociedade".
Ele afirma que, mesmo com a transferência, os monitores continuarão a correr riscos.
"O perigo será ainda maior. Como essas unidades são distantes, o número de visitas vai ser reduzido. E os adolescentes ficarão revoltados", afirmou Silva.
Ontem de manhã os funcionários fizeram uma assembléia em frente à unidade do Tatuapé. De acordo com o presidente do sindicato, eles poderão decretar greve a qualquer momento em razão da falta de condições de trabalho.


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