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Governo deve proibir ônibus sem cobrador
da Sucursal de Brasília
O governo deve proibir os
ônibus urbanos de circular sem
cobradores. O objetivo é garantir a segurança dos passageiros
e dos motoristas, além de evitar
a substituição dos cobradores
por catracas eletrônicas, o que
geraria desemprego no setor.
Como o governo não pode
proibir as empresas de implantar o sistema de catraca eletrônica, a Folha apurou que, para
contornar o problema, os fiscais do Ministério do Trabalho
passarão a exigir que os ônibus
circulem necessariamente com
um auxiliar de motorista.
O ministro Francisco Dornelles (Trabalho) receberá hoje
uma comitiva de representantes de cobradores de São Paulo,
que reivindica a proibição das
catracas eletrônicas.
Segundo o Ministério do Trabalho, o governo federal não
pode proibir o uso das catracas
eletrônicas pelas empresas, já
que a questão é de responsabilidade das prefeituras e dos governos estaduais.
Ao exigir que os ônibus circulem com cobradores, no entanto, o governo estará evitando as demissões no setor e
atendendo, na prática, à reivindicação dos trabalhadores.
Na cidade de São Paulo há
atualmente cerca de 20 mil cobradores de ônibus em atividade, segundo informações do
sindicato da categoria, que é filiado à CUT (Central Única dos
Trabalhadores).
O uso das catracas eletrônicas nos ônibus foi liberado pela
prefeitura e é adotado por várias empresas.
Mas um estudo promovido
pela Secretaria de Inspeção e
Trabalho do Ministério do Trabalho concluiu que a ausência
de cobradores ou de ""auxiliares do motorista" nos ônibus
põe em risco a segurança dos
passageiros.
O argumento é que, com a
substituição dos cobradores
por catracas eletrônicas, os
passageiros passam a abordar
os motoristas em busca de informações sobre o trajeto percorrido pelo ônibus, o que não
seria seguro.
Não será a primeira vez que o
governo impedirá que as empresas demitam funcionários
usando o argumento da segurança. No início deste ano, o
presidente Fernando Henrique
Cardoso vetou uma lei, que havia sido aprovada no Congresso, liberando o auto-abastecimento nos postos de gasolina,
argumentando que a medida
seria insegura.
O veto foi resultado de uma
articulação de Dornelles e das
centrais sindicais, que queriam
evitar demissões de frentistas.
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