São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2000


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Governo deve proibir ônibus sem cobrador

da Sucursal de Brasília

O governo deve proibir os ônibus urbanos de circular sem cobradores. O objetivo é garantir a segurança dos passageiros e dos motoristas, além de evitar a substituição dos cobradores por catracas eletrônicas, o que geraria desemprego no setor.
Como o governo não pode proibir as empresas de implantar o sistema de catraca eletrônica, a Folha apurou que, para contornar o problema, os fiscais do Ministério do Trabalho passarão a exigir que os ônibus circulem necessariamente com um auxiliar de motorista.
O ministro Francisco Dornelles (Trabalho) receberá hoje uma comitiva de representantes de cobradores de São Paulo, que reivindica a proibição das catracas eletrônicas.
Segundo o Ministério do Trabalho, o governo federal não pode proibir o uso das catracas eletrônicas pelas empresas, já que a questão é de responsabilidade das prefeituras e dos governos estaduais.
Ao exigir que os ônibus circulem com cobradores, no entanto, o governo estará evitando as demissões no setor e atendendo, na prática, à reivindicação dos trabalhadores.
Na cidade de São Paulo há atualmente cerca de 20 mil cobradores de ônibus em atividade, segundo informações do sindicato da categoria, que é filiado à CUT (Central Única dos Trabalhadores).
O uso das catracas eletrônicas nos ônibus foi liberado pela prefeitura e é adotado por várias empresas.
Mas um estudo promovido pela Secretaria de Inspeção e Trabalho do Ministério do Trabalho concluiu que a ausência de cobradores ou de ""auxiliares do motorista" nos ônibus põe em risco a segurança dos passageiros.
O argumento é que, com a substituição dos cobradores por catracas eletrônicas, os passageiros passam a abordar os motoristas em busca de informações sobre o trajeto percorrido pelo ônibus, o que não seria seguro.
Não será a primeira vez que o governo impedirá que as empresas demitam funcionários usando o argumento da segurança. No início deste ano, o presidente Fernando Henrique Cardoso vetou uma lei, que havia sido aprovada no Congresso, liberando o auto-abastecimento nos postos de gasolina, argumentando que a medida seria insegura.
O veto foi resultado de uma articulação de Dornelles e das centrais sindicais, que queriam evitar demissões de frentistas.


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