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Grupo armado ameaça moradores em visita da CDHU
Em imagens obtidas pela Folha, homens aparecem ao
lado de técnicos da companhia paulista de habitação
Episódio ocorreu em
março na Vila Nova
Esperança, invasão dos
anos 1970 que fica em área de preservação
VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO
Homens que acompanhavam uma ação de demolição
da companhia de habitação
paulista no extremo oeste da
capital ameaçaram com armas moradores que tentaram
resistir à intervenção.
O episódio ocorreu em 17
de março na Vila Nova Esperança, uma invasão dos anos
1970 encravada numa área
de preservação ambiental.
A CDHU (Companhia de
Desenvolvimento Habitacional Urbano) enviou técnicos
ao local para derrubar parte
das 500 casas da área.
Os moradores resistiram e
os técnicos foram embora.
Homens que os acompanhavam, no entanto, permaneceram no local e começaram
a discutir com as pessoas.
No meio da confusão, esses homens sacaram armas,
similares às usadas por policiais, e apontaram para os
moradores. As cenas acabaram registradas em um vídeo
ao qual a Folha teve acesso.
Nas imagens, é possível ver
um desses homens usando
também spray de pimenta.
A CDHU reconhece no vídeo sua equipe, que aparece
junto aos homens armados,
mas não confirma se todos,
incluindo os homens armados, estavam a seu serviço.
HISTÓRICO
A Vila Nova Esperança está em terreno que foi alvo de
uma ação civil do Ministério
Público do Meio Ambiente
contra a CDHU, dona da
área, que havia autorizado a
utilização do espaço como
um entreposto de alimentos.
Em 2004, a Justiça atendeu ao pedido do Ministério
Público e mandou desocupar
o local a fim de torná-lo área
de proteção ambiental -o local virou oficialmente área de
conservação dois anos depois, com a publicação de
um decreto do governador.
Na sentença da ação da
Promotoria do Meio Ambiente, o juiz pede à CDHU que remova entulho, construções e
que tome providência para
desocupação em caso de
"nova invasão", ou seja, considera que a área já está desocupada, sem nenhuma casa.
Os moradores, então, pediram a interrupção da desocupação, já que a Justiça não
sabia que havia gente ali.
A Justiça iria analisar o pedido naquele dia 17 de março, só que no período da tarde. Como os técnicos da
CDHU chegaram para demolir casas pela manhã, os moradores resolveram resistir.
Os técnicos foram embora,
os homens armados ficaram
e iniciou-se a confusão.
Cerca de metade das 500
famílias que moram atualmente na área está apta a receber financiamento habitacional da CDHU.
Desde o episódio dos homens armados, cerca de 40
famílias foram removidas do
local. A desocupação total
ainda está em curso.
FOLHA.com
Assista ao vídeo da
agressão aos moradores
folha.com.br/ct909256
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