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RIO DE JANEIRO
Corpo carbonizado foi achado no próprio carro de Lídia Menezes; polícia investiga hipótese de crime político
Vice-prefeita de Magé é encontrada morta
TALITA FIGUEIREDO
PAULO GRAMADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A vice-prefeita de Magé (cidade
a 60 km do Rio de Janeiro), Lídia
Menezes (PSDB), 37, foi encontrada carbonizada dentro de seu
carro no início da tarde de ontem.
Lídia estava desaparecida desde
a noite de anteontem. A Polícia
Civil investiga a hipótese de crime
político. A vice-prefeita era pré-candidata a deputada federal. No
carro, policiais recolheram duas
cápsulas de pistola.
A prefeita Narriman Zito
(PSDB) suspeita de crime político. "Magé, politicamente, é muito
perigosa. Há alguns anos isso vem
acontecendo com políticos. Os
delegados não estão fazendo nada. Eu mesma estou andando em
carro blindado", disse.
Narriman é casada com José Camilo Zito, prefeito de Duque de
Caxias e coordenador da campanha de José Serra (PSDB) à Presidência da República no Rio.
A prefeita defendeu um policiamento especial para políticos da
região. Segundo Narriman, o trabalho de Lídia era político, e o seu,
prático. "Eu, engenheira, fazia o
trabalho técnico e o planejamento
da cidade. Eu a coloquei ali, por
ser uma negra, uma pessoa do povo, uma boa mulher que me representava publicamente."
O delegado Paulo César Vieira,
da 65ª DP (Delegacia de Polícia),
disse que também será investigada a hipótese de Lídia ter sido
morta por assaltantes. A polícia
afirmou não ter informações sobre ameaças à vice-prefeita.
Segundo o vereador Dejair Corrêa (PSDB), presidente da Comissão de Segurança da Câmara de
Magé e sargento reformado da
Polícia Militar, Magé virou "um
barril de pólvora". Corrêa disse
que o crime foi encomendado.
"Tudo foi meticulosamente planejado e friamente executado,
provando a ação de profissionais.
Nada pode ser descartado, mas
parece ser crime político. Vou entrar com processo na Secretaria
da Segurança pedindo atenção especial a Magé, que vive sem condições normais de segurança".
Corrêa mencionou o assassinato
do vereador Alexandre Alcântara,
atingido por cerca de dez tiros,
dentro do próprio carro, na rodovia Rio-Magé. Ocorrido há três
meses, o crime ainda não foi esclarecido.
O presidente do PSDB de Magé,
Jorge Cosan, chefe de gabinete da
prefeitura, disse que é preciso
"alertar a sociedade". "Caso contrário, mais pessoas vão morrer.
Qual o objetivo de matar a vice-prefeita? Querem tirar a prefeita
do cargo? Alguém quer ocupar o
Executivo com a ocorrência desses crimes? Essas mortes são por
motivação política e nunca são investigadas a contento", afirmou.
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