São Paulo, quarta, 3 de junho de 1998

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EDUCAÇÃO
Há poucas perspectivas de pôr fim à paralisação; 30 das 52 universidades decidiram recusar a proposta do MEC
Greve das federais deixará alunos sem férias

FERNANDA DA ESCÓSSIA
em São Paulo

da Sucursal de Brasília

A greve das universidades federais vai deixar os estudantes sem férias de verão. Se a paralisação acabar até o final da semana que vem, e as aulas recomeçarem na metade de junho, o primeiro semestre terminará no final de agosto ou em meados de setembro.
O segundo semestre letivo poderia ser iniciado, então, em outubro, e as aulas se estenderiam até janeiro ou fevereiro.
O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, disse ontem que os professores deverão repor os dois meses de aulas perdidas.
"Deve haver reposição em qualquer caso. É relativamente simples repor aulas, basta fazer um remanejamento do calendário escolar."
Com esse remanejamento, o ministro disse acreditar que não há possibilidade de os estudantes perderem o semestre ou o ano.
O calendário dependerá do que os professores decidirem sobre a reposição de aulas. Tradicionalmente, a reposição é negociada ao final da greve. Este ano, porém, não há ainda uma definição.
"Nunca houve corte de salário antes. Algumas assembléias locais tiraram indicativos contra a reposição, porque não aceitaram os cortes. Tudo terá que ser discutido quando a greve acabar", disse Maria Cristina de Morais, presidente da Andes, associação dos docentes .
Não há perspectivas para o fim da greve. Segundo a Andes, das 49 instituições que estão paradas -de um total de 52 existentes- e estavam em assembléias ontem, 30 já decidiram pela continuação.
O MEC elaborou uma proposta, que será encaminhada hoje ao Congresso Nacional, que oferece uma gratificação de R$ 96 a R$ 1.100 aos professores com mestrado ou doutorado.



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