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Renda mínima estimula migração, diz
Pitta
CARLOS MAGNO DE NARDI
da Reportagem Local
O prefeito Celso Pitta (PPB) disse ontem que o projeto de renda
mínima promulgado pela Câmara
estimula a vinda de migrantes para São Paulo e pode ampliar o número de desempregados e moradores de rua na capital do Estado.
Favorável ao "conceito" do
renda mínima, o prefeito afirma
que o projeto, "da forma como
está, será fator adicional de atração a outras populações, o que
não queremos".
Anteontem, Pitta criticou prefeitos nordestinos que estariam "incentivando" vítimas da seca do
Nordeste a rumar para São Paulo
fornecendo passagens gratuitas.
Para impedir que o renda mínima traga migrantes para São Paulo, Pitta vai tentar derrubá-lo na
Justiça e aprovar proposta semelhante apresentada pelo ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) à Câmara.
A proposta de Maluf, denominada projeto sobrevivência, exige
que o beneficiado resida na cidade
de São Paulo há pelo menos dez
anos e tenha filhos matriculados
no 1º grau.
O projeto aprovado pela Câmara, de autoria do vereador petista
Arselino Tatto, não estabelece um
prazo de moradia na cidade e prevê sua aplicação para famílias que
tenham filhos matriculados na rede pública ou em creches.
Tanto o renda mínima como o
sobrevivência obrigam a prefeitura a complementar a renda de famílias que ganhem até três salários
mínimos, a exemplo do que já
ocorre em cidades como Ribeirão
preto, Campinas e no Distrito Federal.
Na opinião de Tatto, ao exigir
um período mínimo de residência
na cidade, o prefeito "cria uma
descriminação desnecessária" e
demonstra "falta de vontade política para acabar com a miséria e
com a evasão escolar em São Paulo".
"Independentemente do projeto as pessoas migram para São
Paulo por causa da miséria. Na
verdade, o Pitta não quer uma lei
proposta pelo PT", diz o vereador.
Inconstitucional
Além de incentivar a migração
para São Paulo, a proposta de Tatto, diz Pitta, fere o princípio básico de que é prerrogativa do Executivo a propositura de leis que
criem despesas para o município.
Em função disso, a Secretaria de
Negócios Jurídicos da prefeitura
prepara uma ação de inconstitucionalidade para derrubar a lei
proposta por Tatto na Justiça.
Vetos
A promulgação do projeto de
Tatto foi possibilitada pela derruba de veto do prefeito no dia 16 de
abril.
A Câmara derrubou o veto e
promulgou a lei que prevê a implantação do renda mínima em
São Paulo.
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