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TRANSPORTE
Ferroviários ameaçam protesto hoje em frente à Bolsa de Valores do Rio contra valor de venda da Flumitrens
Greve antiprivatização afeta 400 mil no Rio
PRISCILA LAMBERT
enviada especial ao Rio
Uma greve contra a privatização
da Flumitrens (Companhia Fluminense de Trens Urbanos) iniciada ontem afetou o transporte
de quase 400 mil pessoas no Rio.
Ontem nenhum trem circulou. A
greve deve ser por tempo indeterminado.
Apesar da paralisação, não foram registradas confusões nas estações de trem do Estado.
Segundo o sindicato, houve mais
de 90% de adesão à greve. Já a Flumitrens disse que grande parte dos
funcionários compareceu ao trabalho, mas foi impedida de exercer suas funções por integrantes
do sindicato.
O protesto ocorre principalmente devido ao preço mínimo de venda fixado pelo governo. O sindicato, assim como o Clube de Engenharia, considera o valor mínimo
da concessão (R$ 28 milhões) irrisório.
"O governo está entregando de
mão beijada o patrimônio público
para a iniciativa privada", diz
Walmir de Lemos, presidente do
Sindicato dos Ferroviários.
Pelo mesmo motivo, os ferroviários do Rio de Janeiro prometem
fazer protesto hoje, a partir das
10h, em frente à Bolsa de Valores
do Rio, onde ocorrerá o leilão de
privatização da Flumitrens.
Cerca de mil homens da Polícia
Militar do Rio estarão no local para garantir a segurança durante a
manifestação.
Além da privatização, a categoria também reivindica reposição
salarial de 15% referente a perdas
acumuladas desde maio de 96.
Ação
A Flumitrens entrou na Justiça
ontem pela manhã com uma ação
contra o movimento da categoria.
A companhia pediu que a greve
fosse considerada ilegal, com base
na lei que determina que as paralisações de trabalhadores que prestam serviços essenciais à população devem ser comunicadas com
48 horas de antecedência.
Os advogados alegaram ainda
que a lei obriga que, no mínimo,
40% dos serviços funcionem durante a greve, o que não ocorreu.
No final da tarde de ontem, representantes do sindicato e da Flumitrens foram de uma reunião de
conciliação no TRT (Tribunal Regional do Trabalho). Até as 18h, a
reunião não havia terminado.
A assessoria de imprensa do sindicato afirmou, antes do encontro, que a paralisação não iria acabar tão cedo, mesmo que a Justiça
considere o movimento abusivo.
A greve só seria rompida, informou o sindicato, se houvesse algum tipo de negociação em relação às reivindicações da categoria.
A manifestação de hoje deve ter
a presença de usuários de trens,
representantes de associações de
bairros e parlamentares.
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