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URBANISMO
Câmara faz discussão final do zoneamento
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
O líder da prefeita Marta Suplicy
na Câmara Municipal, vereador
João Antonio (PT), quer retirar
do texto que define a nova Lei de
Zoneamento e os 31 planos diretores regionais a definição sobre o
horário de funcionamento de bares e restaurantes na cidade.
A proposta era um dos temas
mais polêmicos do projeto, cuja
discussão final foi iniciada ontem
pelo Legislativo.
O texto é um dos mais importantes para o futuro da cidade, já
que define o que pode e o que não
pode ser feito em termos urbanísticos e detalha metas de desenvolvimento de todas as regiões.
Pela emenda do petista, o assunto só deverá ser regulamento
por lei específica.
Antes do início da votação, o vereador Gilberto Natalini (PSDB)
apresentou 58 emendas ao projeto. Até o fechamento desta edição,
a votação ainda não havia começado, apesar das declarações do
vereador João Antonio, de que o
texto seria votado ontem.
Essa é a segunda versão do texto. A primeira, encaminhada pelo
Executivo, já havia sido votada no
último dia 17. A proposta implementa as mudanças estipuladas
pelo Plano Diretor Estratégico,
aprovado em 2002.
Na manhã de ontem, os vereadores Nabil Bonduki (PT), relator
do projeto, e João Antonio apresentaram o projeto em uma reunião no Secovi (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis
Residenciais e Comerciais de São
Paulo), onde foram criticados pela pressa em aprovar o projeto.
Dois dias antes, na última quarta-feira, os vereadores se reuniram com representantes de associações de moradores. Para muitas entidades, a futura lei de zoneamento é mais permissiva do
que a lei anterior, de 1972. A urbanista Regina Monteiro, do Defenda São Paulo, tem qualificado o
projeto como sendo do tipo em
que "tudo pode desde que", ou seja: praticamente todos os usos são
permitidos em todas as regiões.
O vereador Nabil Bonduki nega
que o projeto esteja sendo votado
apressadamente e que seja permissivo. "Em áreas que já haviam
sofrido muitas transformações,
adequamos à nova situação. Nos
casos em que dava para recuperar
as características residenciais, fomos muito conservadores", disse.
Segundo Bonduki, o projeto
amplia as zonas exclusivamente
residenciais (ZER) de 4,9% para
5,4% do território total da cidade.
O texto cria oito novas ZER, entre
elas o Parque dos Príncipes, no
Butantã, o Jardim Campo Grande
(em Santo Amaro) e o Parque
Continental (na Lapa).
Entre as zonas exclusivamente
residenciais e as zonas mistas (onde são permitidos comércio e serviços) foi criada uma zona de
transição -imóveis em zona
mista com frente à zona residencial também terão uso habitacional e altura máxima de 15 metros.
A ausência dessa "camada protetora" era uma das queixas.
Segundo Bonduki, o projeto recebeu cerca de 1.200 sugestões de
mudanças desde o início da discussão, em agosto do ano passado. Ainda assim, um dos pontos
mais polêmicos permanecia indefinido até anteontem: o limite de
horário para o funcionamento
dos bares e restaurantes.
Na proposta apresentada ontem, os estabelecimentos localizados em vias locais (destinadas para o trânsito dentro do próprio
bairro) deverão, dentro de dois
anos, fechar até as 23h. Nas vias
coletoras, como a rua Frei Caneca,
o funcionamento é permitido até
a 1h. Nas vias estruturais (como as
avenidas Paulista e Rebouças),
não há restrição de horário.
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