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AMBIENTE
Escavação irregular em Barueri pode provocar ruptura de interceptor da Sabesp e provocar prejuízo de R$ 330 milhões
Retirada de areia ameaça rede de esgoto
MELISSA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A escavação irregular de areia
na lagoa Carapicuíba, em Barueri,
Grande São Paulo, está ameaçando romper um interceptor da Sabesp que transporta 8.000 litros
de esgoto por segundo.
Segundo a Sabesp, as empresas
Inesal Indústria Extrativa Santos
Ltda. e Mineradora Raf Ltda. estão escavando a lagoa sem respeitar o limite estabelecido pelo
DNPM (Departamento Nacional
de Produção Mineral), que exige
uma faixa de segurança de 70 a
100 metros do interceptor. No
ponto crítico entre as escavações e
a tubulação, existe uma distância
de somente 12 metros.
A tubulação, de 9,6 metros de
extensão, transporta o esgoto dos
municípios de Jandira, Itapevi,
Barueri, Carapicuíba, Osasco, Taboão da Serra, parte de Cotia e de
Embu, além da maior parte do esgoto produzido na capital.
A Estação de Tratamento de Esgotos Barueri recebe o esgoto
transportado pelo interceptor.
Técnicos da Sabesp acreditam
que há um grande risco de a tubulação se romper por falta de um
apoio externo. Com a pressão no
interior do tubo, qualquer movimento poderia fazer o interceptor
se romper, segundo Reinaldo Bazana, engenheiro e gerente de interceptação da Sabesp.
Caso o rompimento aconteça, a
água da lagoa pode invadir a tubulação e inundar a estação de
tratamento, causando um prejuízo de R$ 330 milhões. Seriam necessários três anos para recuperá-la. O esgoto do tubo seria lançado
nos rios Tietê e Pinheiros.
Segundo Bazana, a Sabesp sabia
da extração desde julho de 99,
mas não imaginou que a situação
pudesse piorar tanto. A empresa
diz que vem realizando testes para
avaliar o nível das escavações. Segundo Bazana, de fevereiro (data
do primeiro teste) até julho foram
extraídos oito metros de areia ao
lado do interceptor.
A Sabesp decidiu entrar com
uma ação na Justiça contra a extração de areia na lagoa.
No último dia 27, foi concedida
liminar determinando a paralisação das atividades. Sócio da Inesal, José Bonifácio dos Santos, disse que entrará com recurso. "Vamos apresentar nossas razões de
fato e de direito e tomar as medidas necessárias para provar que
não fomos nós que fizemos isso."
Na Mineradora Raf, ninguém foi
achado para falar sobre o assunto.
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