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Comércio resiste a plano para ônibus
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy enfrenta a resistência de comerciantes na tentativa de ampliar a principal medida de sua administração neste ano para recuperar a situação dos ônibus em São Paulo.
O Sindicato dos Empregados no
Comércio, ligado à Força Sindical,
organiza hoje um protesto contra
a implantação da Operação Via
Livre na rua Teodoro Sampaio,
em Pinheiros (zona oeste).
A região é uma das dez onde a
proposta será implantada, envolvendo cem quilômetros de ruas
até dezembro. A idéia, já adotada
nas avenidas Celso Garcia/Rangel
Pestana e Nove de Julho/Santo
Amaro, é fazer interferências para
elevar a velocidade dos ônibus, reduzir os tempos das viagens e
atrair passageiros ao sistema.
Nessas duas vias, a velocidade
média dos ônibus subiu de 13
km/h para 19 km/h e de 19 km/h
para 23 km/h, respectivamente.
Os lojistas da Teodoro Sampaio
temem que as medidas dificultem
os acessos aos clientes que não
usam ônibus. Entre as ações previstas estão: reordenamento de
pontos, repintura de faixas de pedestres e adaptação dos tempos
semafóricos. A mais temida, porém, é a redução do estacionamento em áreas de zona azul.
"O comércio poderá morrer.
Essas mudanças não podem ser
feitas em ruas tão estreitas", disse
Ricardo Patah, vice-presidente do
sindicato. "Seremos contrários
em todas as vias em que houver
atividade comercial intensa."
Atualmente, a Teodoro Sampaio recebe 317 ônibus por hora,
que transportam quase 200 mil
usuários diariamente. Os comerciantes dizem que a Operação Via
Livre pode levar ao corte de 20%
dos 10 mil empregados da região.
O protesto de hoje está marcado
para as 10h. São esperados 300
manifestantes, que devem fazer
uma caminhada. O sindicato dos
motoristas e cobradores, também
ligado à Força Sindical e um dos
interessados na recuperação do
sistema de ônibus, vai participar.
"Somos solidários, entendemos a
importância de manter os empregos", afirmou Edivaldo Santiago,
presidente da entidade.
O secretário dos Transportes,
Carlos Zarattini, prometeu se reunir com os comerciantes da Teodoro Sampaio na próxima segunda-feira para debater esse assunto. Ele diz que há pessoas confundindo a operação com a construção de corredores de ônibus.
(AI)
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