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SUBPREFEITURAS
Realocação foi assinada no dia em que Marta sancionou lei que cria os órgãos; PSDB vê erro em lei e irá à Justiça
Obra perde R$ 4,3 mi para projetos sociais
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
No mesmo dia em que sancionou o projeto das subprefeituras,
a prefeita Marta Suplicy (PT) assinou um decreto para retirar dos
órgãos R$ 4,3 milhões que tinham
sido reservados no Orçamento
para as ex-administrações regionais realizarem pequenas obras.
O valor, que corresponde a 8,6%
dos R$ 50 milhões que a prefeitura tinha destinado para o chamado Programa de Intervenções em
Centros de Bairro, foi repassado a
projetos sociais.
O remanejamento também foi
feito na semana em que Marta
destacou, em um discurso, a importância das obras e anunciou
que elas perderiam recursos no
ano que vem. A intenção, em
2003, era aumentar para cerca de
R$ 84 milhões a verba para as
obras. O recuo ocorreu devido à
queda na arrecadação.
Procurado pela Folha, o secretário Jilmar Tatto (Subprefeituras) não comentou o remanejamento, assinado por Marta anteontem. Segundo a Secretaria
das Finanças, a realocação foi feita
em um momento de "crise" e visa
valorizar os projetos sociais.
Os R$ 4,3 milhões retirados de
obras são parte de um total de R$
5,3 milhões que foram destinados
a dois programas: o Bolsa-Trabalho (pagamento de R$ 189 por
mês) e Operação Trabalho (R$
315 por mês). Os recursos cobrem
o pagamento a 4.465 pessoas no
Bolsa-Trabalho, por seis meses, e
a mil beneficiários, por um mês,
no Operação Trabalho.
Ação
A lei das subprefeituras, publicada ontem no "Diário Oficial" do
município, deverá ser alvo na segunda-feira de uma ação de inconstitucionalidade do Diretório
Municipal do PSDB.
O argumento: a prefeita feriu a
Constituição ao vetar trechos, não
partes integrais, de um item do
projeto que tratava de exigências
para preenchimento de cargos
que foram criados.
Com o veto, deixou de ser exigido de candidatos diploma, nas
coordenadorias de obras e planejamento, e que ele já seja profissional do setor, no caso da saúde.
O veto se refere a cargos criados
após o projeto já estar na Câmara.
Eles não dependem de concurso
para serem preenchidos. Segundo
a Folha apurou, eles foram loteados entre vereadores como moeda de troca pela aprovação do
projeto. O governo nega.
"(...) Coordenadorias não necessitam ser dirigidas por agentes
pertencentes a este ou àquele segmento profissional", diz texto de
veto de Marta publicado ontem.
"O vereador [Ricardo Montoro,
cujo gabinete divulgou que ação
será proposta" lança mão de subterfúgios jurídicos para tentar impedir a implantação das subprefeituras, que vai democratizar a
administração e melhorar os serviços públicos, beneficiando a população", disse o secretário Rui
Falcão (Governo) sobre a ação.
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