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SAÚDE
Problemas na rede municipal levam SUS a não repassar cerca de R$ 300 mil por mês; contas podem ser reapresentadas
Prefeitura não recebe 28% das internações
FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um ano depois de retomar a administração dos hospitais de São
Paulo do PAS (Plano de Atendimento à Saúde), a prefeitura tem
problemas para atingir o teto de
internações que tem direito de cobrar do Ministério da Saúde.
Segundo a própria administração, das cerca de 4.000 internações por mês que a Prefeitura de
São Paulo pode cobrar da União,
28% (1.120) não são pagas por
"rejeições técnicas", geradas por
problemas na rede municipal.
O índice de rejeição é alto -está
acima da média do Estado, que é
de 5%, segundo a Secretaria de
Estado da Saúde. O fato de o município não conseguir faturar o
autorizado pelo ministério é um
dos motivos que leva o o Estado a
não apoiar o pedido de aumento
de teto feito por São Paulo.
As rejeições técnicas ocorrem
automaticamente, quando a
"conta" das internações é apresentada ao sistema de pagamentos do SUS (Sistema Único de
Saúde) pelo gestor municipal.
Elas são resultado de preenchimentos errados das guias de internação, internação de pessoas
com o mesmo nome, atendimentos que a secretaria ainda não está
credenciada a fazer e outros problemas, como irregularidades.
O município cobre as devoluções com recursos próprios, de
outras áreas da saúde.
Com base no valor médio das
internações pago pelo SUS à prefeitura (R$ 263,37), é possível estimar que R$ 294,9 mil por mês deixam de ser injetados no sistema
de saúde municipal por causa das
rejeições. As contas rejeitadas, porém, podem ser reapresentadas.
A prefeitura quer elevar o teto
de internações, hoje de R$ 1 milhão por mês, pois produz muito
mais do que o ministério paga.
Segundo a Secretaria Municipal
da Saúde, os 15 hospitais municipais fazem, em média, 8.000 internações mensais, o dobro do que
pode cobrar. A diferença também
tem de ser coberta por recursos da
cidade. A saúde de São Paulo deixa de receber outra "injeção" de
recursos, de mais de R$ 1 milhão
por mês, por causa da diferença.
"Os hospitais municipais não
diferem dos hospitais estaduais
de porte e complexidade semelhante. Entretanto, os valores médios das internações dos hospitais
estaduais são duas vezes maiores", afirma o secretário municipal da Saúde, Eduardo Jorge. "A
reivindicação é que a "falta de pão"
seja igual para todos."
Mas Eduardo Jorge reconhece
que o índice de rejeição das contas
é alto. Segundo ele, os oito anos
do PAS prejudicaram os setores
administrativos da secretaria.
O ministério e a secretaria estadual da Saúde não quiseram comentar o assunto.
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