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José Dirceu anuncia reforma universitária
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O orçamento do Ministério
da Educação para o segundo
ano de mandato do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva aumenta em 23% o dinheiro destinado a financiar estudantes
de universidades privadas. As
verbas do Fies (Programa de
Financiamento Estudantil)
passam de R$ 673,8 milhões
para R$ 829,2 milhões, de acordo com a proposta encaminhada pelo governo ao Congresso
na semana passada.
A ampliação do financiamento para estudantes em instituições privadas antecipa um
dos temas da reforma do ensino superior. Ontem, o ministro
José Dirceu (Casa Civil) disse
que o assunto faz parte da nova
agenda de reformas do governo. "Nós temos de enfrentar a
questão da universidade brasileira, ela precisa de uma reforma, precisa de mudanças, e devemos fazê-la em diálogo com
os reitores, com as entidades e
com o meio científico do país",
disse o ministro em entrevista
ao programa "Bom Dia Brasil",
da Rede Globo.
O principal programa de financiamento a estudantes universitários de escolas privadas
já consumiu mais de R$ 2 bilhões desde o segundo semestre de 99, quando foi criado.
Atualmente, atende a tantos
alunos quanto os que estudam
em universidades federais. Entre as escolas particulares, o
Fies alcança cerca de 8% dos
alunos, segundo o MEC.
A procura por financiamento, no entanto, é bem maior do
que o dinheiro disponível. Neste segundo semestre do ano,
por exemplo, 277 mil alunos
disputam 70 mil empréstimos.
Os demais temas da reforma
são polêmicos no governo. O
debate tem o apoio do Banco
Mundial. Sua tese é que a universidade brasileira desvia parte expressiva dos gastos sociais.
Em documento apresentado
em julho ao Conselho Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social, o banco afirma que
os gastos com ensino superior
no país "beneficiam apenas
poucos privilegiados".
O ministro Cristovam Buarque (Educação) admite discutir
novas formas de financiamento das universidades públicas.
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