São Paulo, sábado, 03 de setembro de 2011 |
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Coveiros suspendem greve até segunda Antes da decisão dos funerários, serviço estava quase normalizado com a ajuda da GCM e de funcionários terceirizados "Diário Oficial" traz hoje autorização para contratar 135 coveiros e motoristas sem passar por concurso RAPHAEL VELEDA REYNALDO TUROLLO JR. COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Pressionado por uma decisão judicial e enfraquecido pelas ações emergenciais da prefeitura, que pôs guardas-civis e terceirizados para enterrar e transportar corpos, o movimento grevista dos funcionários do serviço funerário de São Paulo foi suspenso até segunda-feira, quando haverá nova assembleia. A categoria suspendeu a greve sem ter ter nenhuma reivindicação atendida. A Secretaria de Planejamento informou que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) autorizou a contratação de cem sepultadores e 35 motoristas em caráter emergencial (sem concurso). A decisão seria publicada hoje no "Diário Oficial". O prefeito já havia autorizado a abertura de concurso para os 135 postos, mas o processo leva até oito meses. O pedido foi feito meses atrás pela Secretaria de Serviços -há deficit no setor-, mas só agora foi atendido por Kassab, em meio à crise, para intimidar os grevistas. Os coveiros iniciaram a greve na terça, com outros servidores, e atrasaram sepultamentos em até 48 horas. A Justiça considerou a greve ilegal na quarta e fixou em R$ 60 mil a multa diária caso a paralisação não acabasse. A categoria quer 39,79% de aumento no salário-base, que é de R$ 440,39. O menor salário para os servidores, após uma greve em junho, passou de R$ 545 para R$ 630, já somadas as gratificações. Desde terça-feira, guardas-civis dirigiram os carros que fazem o transporte dos corpos, e terceirizados da limpeza fizeram os enterros. O improviso causou muitos atrasos no começo. Ontem, porém, já não havia tumulto no SVO (Serviço de Verificação de Óbitos). O sindicato afirmou que a prefeitura só adotou essas medidas em áreas nobres da cidade, mas o movimento em cemitérios de vários bairros estava perto do normal. "A população não tem culpa, nós pedimos desculpas, mas o governo é intransigente. Saímos da greve sem nenhum centavo", disse Celso Osório, coveiro do cemitério da Vila Formosa (zona leste). Segundo o secretário de Negócios Jurídicos do sindicato, João Batista Gomes, "a decisão da Justiça cassou o direito de greve". Ele diz que recorreu ontem contra a liminar. Mesmo com a volta imediata, a categoria diz que a manutenção dos cemitérios e as exumações não serão feitas. A Folha apurou que, agora, o sindicato tentará ampliar a greve no setor da saúde. Texto Anterior: Bruno Gamberini (1950-2011): Brincava de rezar missas em latim Próximo Texto: Sepultador vive cotidiano de filme de terror Índice | Comunicar Erros |
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