SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio

Preparado pelo delegado Hélio Luz, demitido há dois dias da Chefia de Polícia Civil, o plano de cargos e salários dos policiais civis será alterado, anunciou ontem o governador Marcello Alencar (PSDB) a líderes sindicais.
O plano, enviado anteontem à Assembléia Legislativa, desagradou a parte da categoria, pois exclui da reestruturação policiais aposentados, da área técnica e que exercem funções auxiliares.
Um grupo de 20 policiais realizou de manhã, em frente ao Palácio Guanabara, protesto contra o plano. O governador recebeu as lideranças, admitindo rever, apresentando emendas e substitutivos, pontos polêmicos do plano.
A demissão de Luz foi motivada por sua adesão ao movimento de policiais por melhoria salarial. Para Luz, o plano de cargos e salários resolveria o problema.
O presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis), Fernando Bandeira, discorda. "O plano é uma tragédia", disse.
Da reunião, também participaram o secretário estadual da Segurança Pública, Nilton Cerqueira, e o novo chefe de Polícia Civil, Manoel Vidal. Vidal anunciou a formação de um colegiado para dirigir a Polícia Civil, do qual participarão delegados Edilson Chaves, como subchefe, e Mário Covas.
O governador disse que escolheu Vidal para o cargo por causa de seu currículo. "Não admito mais que ingressem na cúpula da polícia pessoas sem currículo profissional e, sobretudo, moral. Não há histrionismo no currículo do Vidal, um homem sereno."
Hélio Luz foi criticado. "Acho o Luz muito mais político do que policial", disse Alencar. O governador disse que Vidal imporá uma "linha mais dura" à polícia, o que não foi confirmado pelo novo chefe. "Prefiro que as coisas aconteçam serenamente. Linha dura sempre existiu porque nunca houve tolerância com qualquer tipo de transgressão", disse Vidal.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice