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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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SEGURANÇA

Dados foram para a Internet

Justiça vaza investigação e atrapalha prisão de 22

IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Por razões ainda não esclarecidas, a Justiça de Brasília teria atrapalhado a prisão de 22 pessoas de uma quadrilha supostamente ligada ao PCC e ao traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.
De forma indevida, os nomes dos 22 suspeitos foram divulgados na internet pela 2ª Vara Criminal. O grupo atuaria na capital federal falsificando documentos, roubando cargas e bancos e dando apoio logístico a criminosos de outros Estados.
A investigação da Polícia Civil foi iniciada há seis meses. Telefonemas interceptados demonstrariam que o grupo atuava em quase todo o país.
Responsável por autorizar eventuais quebras de sigilo na investigação, a 2ª Vara Criminal do TJ do DF cometeu o erro na semana passada. Ao divulgar os nomes na internet, infringiu a legislação. Divulgar o conteúdo de investigações em andamento é crime.
Ao ser informado do caso, o desembargador Getúlio de Moraes, corregedor do TJ, abriu sindicância para identificar os responsáveis. Segundo nota divulgada pela polícia, quando os nomes surgiram na internet, "os advogados passaram a avisar os bandidos sobre as investigações e eles, mais que depressa, se livraram dos telefones celulares, deixaram de fazer contatos e fugiram".
Para a polícia, a quadrilha atuaria roubando cargas de defensivos agrícolas, cujo lucro no mercado negro é maior que o obtido com a venda de drogas. O grupo também forneceria falsa documentação a outros criminosos.


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