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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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EDUCAÇÃO

Projeto, que estabelecerá limites à concorrência predatória, entre outros pontos, deverá ficar pronto em 90 dias

Universidades privadas terão código de ética

LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

As universidades privadas terão um código de ética que colocará limites à "concorrência predatória". O projeto foi lançado ontem pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior no Estado de São Paulo) no 5º Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro.
O plano pode ficar pronto em 90 dias, dependendo dos acordos firmados até o fim do evento, que termina amanhã, diz Gabriel Mário Rodrigues, presidente do Semesp -que realiza o fórum. A segunda etapa do projeto é a criação de uma comissão, que poderá aplicar penalidades.
"Precisamos estabelecer, nós mesmos, limites à concorrência predatória, à competição indevida, à indução dos estudantes ao erro, à mistificação de ofertas e a julgamentos equivocados de qualidade", afirmou Rodrigues na abertura do evento.
O mercado do ensino superior vive um momento de grande concorrência. O número de universidades privadas, que era de 711 em 1997, deve passar de 2 mil até o fim deste ano -a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996, permitiu a lucratividade no setor. Atualmente 31% das vagas oferecidas estão ociosas. A situação piorou neste ano, com o aumento da inadimplência no setor (33% dos alunos do país não pagam as mensalidades).
Somente em 2002 foram aplicados R$ 420 milhões em propaganda, o que representa um aumento de investimento de 39% em três anos, segundo pesquisa da Hoper Marketing Educacional.
O secretário de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), Carlos Roberto dos Santos, que também esteve no evento, disse que o governo não implementará políticas que restrinjam a criação de novos cursos.
Ele apresentou aos participantes as idéias que compõem o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação Institucional da Educação Superior), o modelo de avaliação do ensino superior que deve substituir o chamado provão.
Segundo ele, o projeto final do sistema será encaminhado ao ministro Cristovam Buarque (Educação) em 15 dias -o modelo é baseado na avaliação do aluno, sem a divulgação de notas, na auto-avaliação da universidade e na avaliação externa feita por uma comissão. O Sinaes deve custar um terço dos R$ 35 milhões do provão, diz.
"No novo sistema, não haverá restrição para a autorização e credenciamento dos cursos. A qualidade deles será a única exigência."


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