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EDUCAÇÃO
Projeto, que estabelecerá limites à concorrência predatória, entre outros pontos, deverá ficar pronto em 90 dias
Universidades privadas terão código de ética
LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL
As universidades privadas terão
um código de ética que colocará
limites à "concorrência predatória". O projeto foi lançado ontem
pelo Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino
Superior no Estado de São Paulo)
no 5º Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro.
O plano pode ficar pronto em 90
dias, dependendo dos acordos firmados até o fim do evento, que
termina amanhã, diz Gabriel Mário Rodrigues, presidente do Semesp -que realiza o fórum. A segunda etapa do projeto é a criação
de uma comissão, que poderá
aplicar penalidades.
"Precisamos estabelecer, nós
mesmos, limites à concorrência
predatória, à competição indevida, à indução dos estudantes ao
erro, à mistificação de ofertas e a
julgamentos equivocados de qualidade", afirmou Rodrigues na
abertura do evento.
O mercado do ensino superior
vive um momento de grande concorrência. O número de universidades privadas, que era de 711 em
1997, deve passar de 2 mil até o
fim deste ano -a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996, permitiu
a lucratividade no setor. Atualmente 31% das vagas oferecidas
estão ociosas. A situação piorou
neste ano, com o aumento da inadimplência no setor (33% dos
alunos do país não pagam as
mensalidades).
Somente em 2002 foram aplicados R$ 420 milhões em propaganda, o que representa um aumento
de investimento de 39% em três
anos, segundo pesquisa da Hoper
Marketing Educacional.
O secretário de Educação Superior do MEC (Ministério da Educação), Carlos Roberto dos Santos, que também esteve no evento, disse que o governo não implementará políticas que restrinjam
a criação de novos cursos.
Ele apresentou aos participantes as idéias que compõem o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação Institucional da Educação Superior), o modelo de avaliação do
ensino superior que deve substituir o chamado provão.
Segundo ele, o projeto final do
sistema será encaminhado ao ministro Cristovam Buarque (Educação) em 15 dias -o modelo é
baseado na avaliação do aluno,
sem a divulgação de notas, na auto-avaliação da universidade e na
avaliação externa feita por uma
comissão. O Sinaes deve custar
um terço dos R$ 35 milhões do
provão, diz.
"No novo sistema, não haverá
restrição para a autorização e credenciamento dos cursos. A qualidade deles será a única exigência."
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