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VIOLÊNCIA
Com o tiroteio, moradores se jogaram no chão; síndicos pensam em reforçar segurança de prédios de Higienópolis
Família teve medo de ser alvo de bala perdida
DA REPORTAGEM LOCAL
A troca de tiros entre PMs e o
grupo que tentava roubar um
prédio na rua Itacolomi (Higienópolis) fez com que moradores do
edifício invadido se jogassem no
chão ou se trancassem no quarto
com medo de serem atingidos por
balas perdidas.
"Ouvimos uns tiros e uma gritaria, minha mãe olhou na janela,
viu que era aqui no prédio e ficamos deitados no chão", contou
um morador. Depois, a família
-pai, mãe, três filhos e um neto
de três anos- se trancou no quarto mais reservado da casa.
O rapaz contou que, inicialmente, pensou que estava havendo
uma briga na rua. Pouco tempo
depois, seu irmão mais velho ouviu o porteiro do prédio pedindo
socorro. O funcionário, que chegou a ser rendido pelos ladrões e
foi solto com a chegada da polícia,
foi orientado pelos PMs a subir
até o apartamento da família que
fica no primeiro andar.
"Ele chorava muito e não conseguia falar quase nada, só disse que
estavam invadindo o prédio",
lembra o estudante.
A família e o funcionário só saíram do quarto quando a polícia
bateu na porta do apartamento,
para iniciar uma revista no local.
"Eles ficaram batendo na porta e
até quebraram a corrente. Quando abrimos, falaram para a gente
levantar as mãos que eles iam
olhar o apartamento. Meu pai pediu que eles tivessem cuidado por
causa do meu sobrinho", contou.
Os moradores só foram autorizados a sair do apartamento por
volta das 2h, quase duas horas
após a fuga dos criminosos, quando a polícia acabou de revistar todos os andares.
Após o susto, a família pensa em
se mudar do prédio, onde está há
dois anos. O universitário mora
com o irmão e a irmã. O bairro foi
escolhido por ficar perto da faculdade dos três. Os pais são do interior e estavam apenas de visita.
Até mesmo quem mora a quadras do prédio invadido ficou
com medo do tiroteio. Um comerciante que mora na rua Itacolomi, entre a Piauí e a Maranhão,
disse que fechou as janelas e não
saiu de casa. "Primeiro foram os
tiros. Depois, um barulho mais
forte, que parecia uma bomba."
Segurança
O condomínio do edifício Samambaia custa cerca de R$ 860,
mas não dispõe de muitos itens de
segurança. O prédio conta com
abertura automática dos portões
e cerca elétrica nas laterais. Não
há circuito interno de TV nem sistema de alarme.
O edifício possui 13 andares e
tem dois apartamentos por andar
com entradas privativas. Cada
apartamento está avaliado em
cerca de R$ 400 mil.
Assim como o edifício Samambaia, muitos prédios de Higienópolis não possuem circuito interno de TV ou cerca elétrica.
"Acho que os prédios não estão
preparados porque são antigos e
não costuma ter isso [arrastões a
prédios] no bairro. Aqui fica perto do batalhão da PM e antes tinha
uma delegacia da Polícia Federal
aí na esquina", comentou um morador da rua Itacolomi. A PF ficava na esquina das ruas Itacolomi
com a Piauí, a poucos metros do
prédio assaltado.
Porteiros de edifícios da rua
Piauí disseram que síndicos da
área comentaram ontem que pretendiam reforçar a segurança em
seus prédios. "A síndica falou hoje
[ontem] que vai colocar grade na
parte de trás. Aqui não tem alarme e as câmeras não gravam nada. Só filmam os moradores entrando e saindo", afirmou o porteiro de um edifício de alto padrão
localizado na área.
(LUÍSA BRITO)
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