JAIRO MARQUES
da Agência Folha

O fogo ressurgiu ontem com força na mata do Mamão, dentro do Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins. O Ibama suspeita que uma ação criminosa tenha provocado o ressurgimento do incêndio.
A mata, que tem cerca de 60 mil hectares e pertence à ilha do Bananal, queimava havia 30 dias.
Cerca de 240 homens do Exército, da força-tarefa do Corpo de Bombeiros de Brasília e do Ibama combateram as labaredas que chegaram a destruir 30% da vegetação do local. Agora, 45 homens combatem as duas novas frentes de fogo que, segundo o coronel Oscar Soares da Silva, responsável pela força-tarefa acampada dentro da mata, são pequenas e devem ser controladas nos próximos dias.
Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) chega hoje à mata com mais 15 homens. Dois helicópteros equipados com helibaldes -espécie de cestas que jogam água nas copas das árvores- ajudam nas operações dentro da mata. Não há informações oficiais sobre o número de homens do Exército que continuam na operação.
A superintendência do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), em Tocantins, mandou ontem cinco fiscais que farão vigília para evitar que novas queimadas surjam dentro do parque.
O Ibama e a PF farão uma perícia na mata para tentar descobrir os responsáveis pelo incêndio.
A Secretaria de Políticas Regionais informou que é grande a suspeita de um incêndio criminoso, porque os novos focos surgiram em linha reta e, quando as equipes começaram a deixar o local, o incêndio estava debelado.
As suspeitas do Ibama recaem sobre os retirantes, pessoas que criam gado ilegalmente na ilha desde 1994 -quando foi baixado decreto proibindo a prática.
Os índios, que vivem próximo ao local do incêndio, também são suspeitos da ação.
A direção nacional do Ibama prevê que os gastos totais da operação em Tocantins, incluindo as despesas com o Exército e bombeiros e Força Aérea, podem chegar a R$ 500 mil. Ainda não foi feita nenhuma estimativa oficial dos gastos, pois a operação continua.
Ainda há fogo dentro da reserva biológica de Sooretama (ES), a cerca de 100 km de Vitória.
A reserva, maior área de mata atlântica do Estado, já tem 4.000 hectares de sua vegetação destruída pelo fogo -cerca de 15% da área total de 25 mil hectares.
Muitos filhotes e pequenos animais -ainda não há dados oficiais- já morreram carbonizados ou asfixiados pela fumaça.
Operam na área, hoje, quatro helicópteros e cerca de 350 homens, incluindo uma brigada do Exército. O Ibama considera que a situação no local está sob controle.



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